De acordo com os dados divulgados pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de março, o primeiro mês com restrições impostas pela resolução do Conselho de Ministros para combater a seca no Algarve, “os municípios algarvios não excederam” o volume fornecido no mesmo período de 2023, economizando 884 mil metros cúbicos de água.

Os setores agrícola e de golfe também usaram menos água, consumindo um total de 870.000 metros cúbicos a menos, em comparação com o mesmo mês de 2023.

Apesar da redução do consumo em todos os setores, o Algarve continua em situação de seca hidrológica extrema, com níveis muito baixos de reservas de águas subterrâneas e superficiais.

Dos 25 corpos de água subterrânea, 13 estão em uma “situação crítica e o restante está sob vigilância”, com a maioria dos sistemas aquíferos registrando níveis muito baixos.

Em 31 de março, os seis reservatórios que abastecem a região do Algarve — Bravura, Odelouca, Arade, Funcho, Odeleite e Beliche — totalizaram um volume de 183 hectómetros cúbicos (hm3), o que corresponde a 41% da capacidade total de armazenamento.

No mesmo período, de acordo com a APA, houve um aumento de 32 hm3 no armazenamento das principais reservas superficiais em relação a fevereiro, mas uma diminuição de 14 hm3 permaneceu em relação ao mesmo período de 2023.

No entanto, em declarações à Lusa, o presidente interino da APA, José Pimenta Machado, disse que as chuvas nos primeiros dias de abril aumentaram o volume armazenado em 14,2 hm3.

“Estamos a 200.000 metros cúbicos de igualar as reservas de água do ano passado, mas devemos continuar economizando”, alertou o líder.

De acordo com dados fornecidos pela APA, das 19 entidades responsáveis pelo abastecimento urbano de água no Algarve, 15 dos 16 municípios algarvios reduziram o consumo em março: Albufeira (-18,78%), Alcoutim (-38,89%), Aljezur (-14,40%), Castro Marim (-29,46%), Lagoa (-26,71%), Lagos (-14,52%), Loulé (-14,33%) 1%), São Brás de Alportel (-11,83%), Silves (-23,99%) e Vila do Bispo (-28,8%).

A redução também foi verificada em todas as empresas municipais de abastecimento urbano: Infralobo (-37%), Inframoura (-30,59%) e Infraquinta (-24%), no município de Loulé; Águas de Vila Real de Santo António (-10,55%), AmbiOlhão (-14,8%), EMARP/Portimão (-10,85%), Fagar/Faro (-11,02%)) e Tavira Verde (-11,16%).

Com maior consumo, embora ligeiro, está o município de Monchique (+0,02%).