Parque Urbano esse que segundo a Comissão Europeia, é responsável por 40% do nosso consumo de energia e por 36% das emissões de gases com efeito de estufa.

Por isso lançou os seguintes principais objetivos da futura edificação da EU. Os novos edifícios têm de cumprir com a regra de emissão zero a partir de 2030, os novos edifícios do setor público devem ter emissões zero a partir de 2028. A pressão será avassaladora para todos aqueles que ainda não acordaram para este tema, porque quem não compreender esta dinâmica da regulamentação por parte da UE e de cada Estado-Membro. Irá ter dificuldades de escoar o seu produto imobiliário visto que os clientes compradores estão também cada vez mais informados e por subsequência os bancos que financiam a aquisição dos imóveis e que no futuro vão deixar de financiar projetos não sustentáveis.

Assumindo este quadro da sustentabilidade como a nova realidade, parece-me bem falaremos sobre a industrialização da construção. Industrialização da construção? O que é isso devem pensar os leitores. Significa reduzir emissões e desperdícios, aumentar a produtividade e a velocidade de construção. Acaba por ser a fórmula do futuro para reduzir a dependência da falta de mão-de-obra.

Portugal neste âmbito está a dar os primeiros passos com alguns projetos anunciados por algumas promotoras de Resorts de Luxo. Mas na realidade estamos muito atrasados nessa matéria e precisamos de mudar de chip, e em especial os gabinetes de urbanismo de muitas autarquias por falta de conhecimento da matéria. Estou a falar de casas, edificios e soluções modulares ou pré-fabricadas com betão, madeira e aço ou madeira processada, conhecida por “engineered wood”, ou impressoras de casas em 3D, ou unidades fabris que produzem elementos modulares com materiais orgânicos como cortiça, pedra e materiais com origem em fibras naturais. Aqui a madeira pode fazer toda a diferença e ao contrário da opinião comum a madeira têm uma excelente resistência ao fogo, mas não só. É também e acima de tudo altamente eficiente do ponto de vista acústico e térmico, e é um grande armazém de CO2.

Portugal não vai deixar de ser atraente só por mudar na sua forma de construir. Mas Portugal poderá deixar de ser atraente se quem compra tem que esperar 2 Anos pela licença de construção e mais dois anos pela construção da sua casa, seja ela pra própria habitação e permanente ou para segunda habitação de férias, ou simplesmente para uma operadora turística com unidades hoteleiras no país que não têm casa para os seus funcionários por causa de tudo isto. Oferecer produtos que atendam aos requisitos de 2030 a 2050 será extremamente impactante. Um imóvel é projetado para durar, por isso, devemos disponibilizar hoje propriedades que satisfaçam metas ambientais a longo prazo. Somente dessa forma nossos clientes poderão maximizar seus investimentos e assegurar maior liquidez, ou seja, demanda, daqui a 10, 15, 20 anos ou mais.

Em relação à Inteligência Artificial (IA), ela vai acelerar e melhorar muitas áreas no setor imobiliário. Isso inclui aumentar a velocidade de desenvolvimento de projetos, usar modelos automatizados para avaliar imóveis, analisar o mercado e as suas tendências, criar propriedades de forma dinâmica e personalizada, oferecer um atendimento ao cliente mais personalizado, realizar marketing e vendas de maneira mais eficiente, detetar fraudes e erros mais rápidos, realizar simulações e visualizações mais rápidas e de alta qualidade, além de otimizar portfólios de investimento. Também é necessário investir na criação de plataformas digitais de IA que, em poucas horas, possam produzir uma casa que podemos visitar em 3D ao vivo, com vídeos 3D, plantas detalhadas, lista de acabamentos, preço e data de entrega. Tudo isso já é possível, só falta colocar em prática.


Author

Paulo Lopes is a multi-talent Portuguese citizen who made his Master of Economics in Switzerland and studied law at Lusófona in Lisbon - CEO of Casaiberia in Lisbon and Algarve.

Paulo Lopes