Através de um projeto de valorização que deverá estar concluído até ao final de 2024, a vila de Moreira de Rei, no concelho de Trancoso, distrito da Guarda, pretende elevar a maior necrópole ibérica a um importante pólo de atração turística. A intervenção, que tem como principal objetivo revelar uma parte dos 670 túmulos conhecidos esculpidos na rocha, envolve também a recuperação da Igreja de Santa Marinha.
Amílcar Salvador, presidente da Câmara Municipal de Trancoso, considera que os achados vão incentivar ainda mais os turistas a permanecerem mais tempo no concelho. É uma descoberta extremamente importante porque estamos a falar da maior necrópole da Península Ibérica. São autênticos tesouros que estavam aqui escondidos. Estes territórios são muito valiosos".
O sítio arqueológico do século XII, classificado como Monumento Nacional desde 1932, situa-se junto à Igreja de Santa Marinha. A região foi alvo de investigação e estudo de 2018 a julho do ano passado. Além disso, foi criado pela Câmara Municipal um posto de turismo à entrada da aldeia, antecipando o potencial impacto deste achado, e que está aberto desde setembro.
Como partilhou o arquiteto e chefe da Divisão de Obras da cidade, Tiago Castela, "A nossa visão era ambiciosa, mas acabou por ser muito mais do que esperávamos. O facto de termos aqui uma pérola do património fez com que o projeto tivesse de se adaptar". Uma vez que a maioria dos enterramentos é composta por pedra menos rígida e mais porosa, serão cobertos para garantir a sua preservação, enquanto alguns continuarão a ser visíveis.