Nicky Carole é uma artista autodidata que cria pinturas abstractas contemporâneas que são vibrantes, distintas e hipnotizantes para a alma. Utilizando uma palete de um arco-íris de ceras pigmentadas, ela cria uma expressão visual e tátil do universo natural.

"O sentimento geral que gostaria de transmitir é o de coração e alma, de obter um pedaço de mim com a minha obra de arte", disse aoThe Portugal News. "Com cada pincelada do meu equivalente a um pincel, tento captar a essência do mundo".

A artista começou a sua jornada com este método há 18 anos, quando o seu pai lhe ofereceu uma pintura que tinha feito com o material. "Fiquei simplesmente maravilhada. Perguntei-lhe como é que ele fazia e ele começou a explicar. A partir daí, eu passava todos os momentos do meu tempo livre a brincar com a cera", recorda Nicky. "Comecei por fazer pinturas pequeninas, as pessoas diziam-me que eram muito boas e que eu devia fazer mais."


Abraçar a mudança


O início da sua carreira foi marcado por mudanças na sua vida. "Passei por algumas coisas e apercebi-me de que a vida é curta. Avisei o meu emprego normal com seis meses de antecedência e decidi que ia fazer arte para viver".

"Toda a gente me disse que eu era louca, que não compensava, mas pensei que, como estou a ficar mais velha, se não der um salto de fé agora, nunca o farei, por isso fi-lo", continuou Nicky. "Comecei a fazer pequenos quadros que eu próprio emoldurava, mas não gostei muito. Comecei um mercado a vender esses quadros, mas dizia às pessoas que era o meu trabalho de exemplo."

Um dos seus maiores momentos de aprendizagem foi quando conheceu o fotógrafo David Bailey, que lhe deu algumas indicações importantes. "Algumas galerias não são abstractas e outras só querem que se tenha uma licenciatura em arte, o que eu não tenho. Sou autodidata, não há nada de errado com isso, alguns dos melhores são-no", referiu. "Considero-me sortuda por ter conhecido o David, ele veio e deu-me a maior injeção de confiança que se pode imaginar. Ele era um fotógrafo famoso que costumava fotografar as modelos dos anos 60, era sempre possível reconhecê-lo com uma câmara."

Após dois anos a aperfeiçoar as suas capacidades e métodos, Nicky teve uma grande oportunidade, pois a sua confiança nas peças que estava a criar tinha aumentado. "Apaixonei-me por uma galeria, gerida por um homem chamado Richard. Eles não trabalhavam com abstrato, mas eu bati-lhe à porta uma vez por mês durante meio ano, mostrando-lhe diferentes peças e ele recusou", conta.

"Mas, um dia, ouvi aquilo de que estava à espera. Ele disse: 'Gosto muito deste', e levou-o. No dia seguinte, telefonou e disse: 'Não, não. No dia seguinte, telefonou-me e disse-me: 'Considera-te uma verdadeira artista, porque está vendida'. Agora quero ter sempre pelo menos três peças tuas".


Técnica de encáustica


"Pintar com cera remonta aos gregos antigos, chama-se trabalho encáustico, que significa fixar ou fundir com calor. Richard estava bastante preocupado com a própria natureza da cera, que se iria deteriorar", explicou Nicky.

"Vivo na Cornualha e aqui faz muito frio, por isso deixava as peças na minha garagem durante a noite e depois levava-as para a minha casa de banho sempre que tomava banho ou duche durante seis meses", explica Nicky sobre os seus métodos. "Ele disse-me que, ao fim de seis meses, se a peça ainda resistisse ao teste do tempo e se ainda fosse possível colocá-la na parede com integridade, então tinha sido bem sucedida. Ele já faleceu, mas eu aprendi isso com ele e nunca vendo nenhum trabalho que não tenha feito isso".

Aprofundou a técnica necessária para lidar com a pintura em cera, descrevendo que "cada camada que uso, tenho de a fixar com uma espécie de maçarico de flambé, mas maior". Também é necessário tomar algumas precauções de segurança, como uma máscara e óculos de proteção, pois ao trabalhar com cera corre-se o risco de inalar os vapores, pelo que é necessário trabalhar numa área ventilada.


ArtExpo Algarve


A pandemia foi um período difícil para Nicky, uma vez que as medidas sanitárias a impediram de conhecer pessoas e vender o seu trabalho, mas foi por essa altura que tomou a decisão definitiva de mudar o seu foco da galeria para as exposições de arte. A mais recente delas está para breve, pois de 27 a 29 de setembro estará na ArtExpo Algarve.

"Vou apresentar uma variedade de painéis coloridos e alegres, com um acabamento em resina que os torna 3D, quase como vidro. Dá a impressão de que se pode mergulhar na cena. Levo exemplos de peças com acabamentos em cera e resina para as pessoas tocarem e apreciarem. Sem necessidade de linguagem, olham-me nos olhos e percebem o meu entusiasmo e paixão por tudo isto", revelou.


A ArtExpo Algarve organiza eventos para artistas estabelecidos e emergentes, galerias e colectivos de arte, para expor e vender obras de arte de alta qualidade diretamente ao público. "Para mim, estar na ArtExpo é como fazer parte de uma caixa de chocolates, se alguém escolher o seu favorito, ótimo! Se não, há muito por onde escolher para os entusiastas da arte", encoraja Nicky.

"É a minha ideia de paraíso, estar entre todas as obras de arte", diz ela. "Cresci a adorar arte com o meu pai e sempre quis ter peças originais, mas não tinha dinheiro para as comprar. Por isso, esforço-me por fazer obras de arte originais a preços acessíveis."

No Portimão Arena, os visitantes poderão visitar a exposição na sexta-feira e no sábado, das 10 às 20 horas, e no domingo, das 10 às 18 horas.

"A vida é um quadro em constante mudança, por isso olha, olha outra vez. Só então verás." - Nicky Carole

Se estiver interessado em saber mais sobre a arte encáustica de Nicky Carole, visite o stand 76 na ArtExpo Algarve ou https://www.nickycaroleartwork.co.uk/


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A journalist that’s always eager to learn about new things. With a passion for travel, adventure and writing about this diverse world of ours.

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Kate Sreenarong