"Devido à existência de um forte interesse no mercado na utilização de materiais sustentáveis, a cortiça assume um papel de destaque devido às suas diversas caraterísticas, mas que, até agora, não podia ser utilizada no sector automóvel, por ser um material que descolora rapidamente sob exposição da luz solar", destaca a FEUP.

Em comunicado, a faculdade esclarece que o processo criado pela investigadora Rita Almeida estabiliza as caraterísticas naturais da cortiça, garantindo que esta não perde a cor e melhora o seu desempenho em termos de proteção contra a radiação ultravioleta e envelhecimento térmico.

"Esta tecnologia confere proteção solar à cortiça através da sua pigmentação com nanopartículas de hematite", refere a FEUP, acrescentando que a solução já foi patenteada.

A tese de mestrado foi realizada em ambiente empresarial na TMG Automotive, em Famalicão, tendo a investigação resultado num "acordo de partilha e exploração para a patenteação da solução desenvolvida".

"Tecnologia e qualidade devem andar de mãos dadas, razão pela qual existe um enorme interesse em melhorar e adequar a qualidade dos seus produtos, investindo fortemente na investigação e desenvolvimento de novos materiais e técnicas", afirma, citada no comunicado, Rita Almeida, referindo-se à empresa.

A tese de mestrado foi orientada por Adélio Mendes, Professor Catedrático de Engenharia Química da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.