Este projeto ambicioso, que será lançado na sua versão final em 2026, promete transformar a maneira como a língua portuguesa será representada e utilizada em aplicações de IA, com foco na cultura portuguesa e na proteção de dados.

A criação do Amália é o resultado de uma colaboração entre centros de pesquisa nacionais e empresas inovadoras. O Centro para a AI Responsável, a Nova FCT e o Instituto Superior Técnico estão à frente do desenvolvimento, apoiados por expertise de startups como Unbabel, que contribui com a sua experiência em modelos multilíngues. O projeto já conta com vários anos de pesquisa, incluindo trabalho na área de dados específicos para a língua portuguesa, um esforço colaborativo que também envolve a Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Com o Amália, Portugal visa não apenas criar um modelo de IA que respeite a variante linguística do português europeu, mas também garantir que a representatividade cultural da língua e o controle sobre os dados sejam preservados. Isso se reflete no uso de uma infraestrutura nacional de supercomputação, parte da qual está localizada em Barcelona, mas que conta com investimentos do Estado português. Essa abordagem ajuda a reduzir custos e aumentar a eficiência financeira em comparação com soluções externas, como as oferecidas por gigantes tecnológicos.

Além do uso básico de processamento de linguagem, o Amália tem um enorme potencial para aplicações em diversos setores. Na área da saúde, por exemplo, a tecnologia pode ser utilizada para melhorar a comunicação com pacientes que sofrem de doenças como a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), permitindo que eles voltem a se comunicar usando uma versão autêntica da língua portuguesa falada em Portugal. Essa funcionalidade poderia ser crucial para pessoas que perderam a capacidade de falar, utilizando IA para clonar suas vozes.

No campo da educação, o Amália pode ser utilizado para criar tutores personalizados que ensinem os currículos portugueses, contribuindo para uma educação mais eficaz e personalizada para as crianças. Sua implementação na Administração Pública também promete ser uma revolução, tornando-a mais eficiente e acessível.

Além disso, o Amália terá um impacto significativo para as startups em Portugal, proporcionando uma base sólida para o desenvolvimento de novas aplicações e soluções tecnológicas que utilizem o idioma português de forma natural e eficiente. A integração do modelo de IA no setor público e em startups nacionais é vista como uma forma de dar autonomia tecnológica ao país, promovendo um futuro digital mais independente.

Este projeto representa um marco importante para Portugal, mostrando como a inovação tecnológica, quando bem aplicada, pode beneficiar diversos aspectos da sociedade e da economia. A IA "Amália" é uma promessa de evolução contínua, com um enorme potencial de transformação nas mais variadas áreas, desde a educação até à administração pública e à saúde, colocando Portugal na vanguarda da tecnologia IA em língua portuguesa.


Author

Paulo Lopes is a multi-talent Portuguese citizen who made his Master of Economics in Switzerland and studied law at Lusófona in Lisbon - CEO of Casaiberia in Lisbon and Algarve.

Paulo Lopes