Em comunicado, a PJ sublinhou que os detidos, com idades entre os 30 e os 36 anos, são suspeitos dos crimes de burla qualificada, branqueamento de capitais e falsificação de documentos, estando o processo a cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Loulé.

Os elementos do grupo são suspeitos de contraírem empréstimos em nome de terceiros e de receberem dinheiro para importar carros e barcos, sem depois efectuarem a entrega, disse, sublinhando que o "valor global das fraudes ultrapassa atualmente um milhão de euros".

No âmbito da Operação "Gatsby", liderada pela Diretoria do Sul da PJ, foram realizadas 12 buscas domiciliárias e três não domiciliárias e apreendidos dois imóveis no Algarve, três viaturas topo de gama e cerca de 25 mil euros, um computador, equipamento de telecomunicações e documentação.

Segundo o órgão de polícia criminal, as investigações tiveram início em 2024 e levaram ainda à apreensão de "diversas armas de fogo, munições e produtos estupefacientes (heroína e cocaína)".

"Em causa está a investigação de um grupo organizado que, de forma persistente e reiterada, tem vindo a praticar ilícitos criminais em diferentes vertentes, com o objetivo de obter um enriquecimento ilegítimo que lhe permita sustentar o luxuoso nível de vida que ostenta, incompatível com os rendimentos lícitos que se sabe possuir".

O grupo dedicava-se a criar empresas "de fachada" que eram "estrategicamente colocadas em nome de terceiros" para "ocultar a atuação e a identidade dos verdadeiros beneficiários" e que contavam com a "colaboração de indivíduos especializados neste tipo de crime", destacou a PJ.

Os investigadores encontraram indícios de que os detidos recorriam à "obtenção de crédito junto de instituições bancárias de forma fraudulenta e à defraudação de companhias de seguros" e "propunham às vítimas diversos negócios envolvendo a importação de viaturas topo de gama, bem como de alguns barcos".

Depois de as vítimas receberem "avultadas quantias" para iniciarem a importação de viaturas, os negócios acabaram por "não ser concretizados", tendo o grupo "desviado quantias superiores a 450 mil euros", refere ainda a PJ, sublinhando que foram utilizadas "coacções e ameaças" contra as vítimas para evitar que estas apresentassem queixa às autoridades.

Os detidos residem em Lisboa ou no Algarve e vão ser presentes a tribunal para serem submetidos a primeiro interrogatório judicial e conhecerem as medidas de coação aplicadas.