Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Hélder Martins, disse que os hoteleiros “continuarão a trabalhar para reduzir o consumo como se esse bónus não existisse”.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou na última quarta-feira em Faro a flexibilização das restrições impostas desde fevereiro ao consumo de água, atualizando a redução, que passa de 15 por cento para 10 por cento no setor urbano e turístico e de 25 por cento para 13 por cento na agricultura, para um total de 20 hectômetros cúbicos.

“Continuaremos nosso trabalho porque estamos cientes de que se este ano houver esse bônus, no próximo ano poderemos ter problemas novamente”, observou o presidente da AHETA, a maior associação do setor na região.

Para Hélder Martins, o alívio não terá nenhum efeito no turismo da região, até porque, diz, “o setor está superando” o que era o objetivo anterior de 15%.

“Tudo o que fizemos e continuaremos fazendo, com a redução dos gramados, o foco em espécies nativas que precisam de menos água, certamente nos ajudará a alcançar uma redução de 20%, 25%”, concluiu.

Por seu turno, o presidente da Associação das Indústrias da Hotelaria e Similares do Algarve (AHISA), Daniel do Adro, partilha a mesma opinião, ou seja, que o alívio anunciado pelo Governo, “não altera de forma alguma os esforços dos hoteleiros previstos no pacto da água”.

“Obviamente, dá mais tempo para adaptação, mas não altera as medidas que recomendamos para esse pacto e compromisso com o destino, nem há um plano para revisar essas medidas, como resultado desse alívio”, destacou.

Para Daniel do Adro, a redução de 15% para 10%, “permite um pouco mais de tempo para trabalhar, sabendo que não há uma pressão tão forte, mas o curso de trabalho desenvolvido para economizar água será mantido”.