Localizado na Avenida Afonso Costa, a cinco minutos a pé da estação de metro Olaias, o edifício dos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa tem uma nova sala de exames, com uma máquina de mamografia, doada pela Fundação Champalimaud, permitindo o rastreio do cancro da mama, com um médico especializado nesta área.

A reserva de uma mamografia pode ser feita ligando para 800 910 155. A ligação é gratuita, assim como o exame.

Na inauguração desta sala de mamografia, a presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, destacou que “há um aumento, ainda em grande parte inexplicável, na incidência de câncer em idades mais jovens”, observando que o fenômeno afeta vários tipos de câncer, incluindo câncer de mama, destacando a importância de facilitar o acesso aos exames para pessoas com menos de 50 anos, a idade atualmente usada como referência para a realização de exames.

“Suponho que, dentro de algum tempo, as entidades que têm a ver com isso certamente entenderão que é necessário baixar a idade de triagem, mas, entretanto, isso é urgente, porque se trata de salvar vidas”, afirmou Leonor Beleza.

Questionado sobre a posição do presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), Francisco Cavaleiro Ferreira, que alertou que a iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa poderia ter o efeito oposto ao pretendido, causando “ruído e confusão desnecessários”, o presidente da Fundação Champalimaud considerou “a ideia de que alguém poderia ser prejudicado ou perturbado pelo fato de, eventualmente, ter uma mamografia positiva quando tem menos de 50 anos” foi um pouco muito pessimista

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“Vidas podem ser salvas porque o acesso é rápido. Não consigo entender por que temos medo de que as pessoas possam ter acesso a esses testes”, reforçou, destacando a qualidade da máquina de triagem e o apoio prestado por um especialista da Fundação Champalimaud

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O lançamento da sala de mamografia ocorre sete meses após a assinatura do protocolo entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Fundação Champalimaud, assinado em outubro de 2023, devido ao atraso no licenciamento da máquina de rastreio, que “tem radiação muito menor e tem microradiação”.

O prefeito de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), explicou que a iniciativa visa responder às mulheres com menos de 50 anos, “porque elas estão mais desprotegidas”, já que o LPCC oferece exames a partir dos 50 anos.

“Lisboa já está avançando com a capacidade dessas mulheres [menores de 50 anos] virem aqui [ao edifício dos Serviços Sociais], mas se uma mulher de 60 anos vier aqui nós também as trataremos”, destacou, indicando que o serviço é “sem burocracia”, basta a apresentação do Cartão de Cidadão e, em caso de resultado positivo, as mulheres são encaminhadas para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Carlos Moedas destacou que este “é um primeiro passo” na abertura dos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa à comunidade, além de responder aos trabalhadores municipais, esperando que, no futuro, sejam disponibilizados outros tipos de exames médicos.

O autarca destacou a estratégia do município na área da saúde, com a construção de um estado social local, em que a câmara complementa a resposta do SNS, já que “na região de Lisboa há mais de um milhão de pessoas sem médico de família”.

Entre as medidas da Câmara Municipal de Lisboa na área da saúde, destaca-se o plano de saúde Lisbon 65+, que tem 14 mil idosos inscritos, cerca de 2.600 teleconsultas realizadas e quase 1.000 consultas domiciliárias; o projeto Lisboa + Saúde, com duas clínicas de proximidade no Bairro do Armador e na Alta de Lisboa; e a construção de centros de saúde, incluindo cinco novos espaços desde o início do mandato, com um investimento de 21 milhões de euros, com cerca de 41 milhões de euros esperados até 2027.