“Eu entendo a situação dos trabalhadores de lá”, porque “são muito poucos pelo trabalho que têm que fazer”, mas “isso prejudicará ainda mais a vida dos imigrantes”, disse à Lusa Flora Silva, da associação Olho Vivo.

“É um grupo muito pequeno de trabalhadores para o volume de processos pendentes”, destacou o líder da associação.

“A questão mais importante deve ser fortalecer a AIMA para resolver os problemas do dia-a-dia. Há poucas pessoas e nós entendemos”, mas “quem sofre são os imigrantes” que estão em uma situação “ainda mais complicada”.

O movimento associativo vem pedindo o reforço da AIMA, algo que é “vital e urgente” e “deveria ter sido salvaguardado” quando a instituição pública foi criada em outubro de 2023.

A AIMA já deveria ter sido criada “com uma equipe de pessoas para responder” aos problemas do setor.

A falta de recursos humanos e os anos de atrasos nas consultas criam “grande instabilidade” em uma população que já é muito vulnerável.

Alam Kazoi, líder da Comunidade Bangladesh do Porto, também está solidário com a greve, embora avise que “aqueles que realmente serão prejudicados são os imigrantes”.

“Somos nós que vamos sofrer e o governo não se importa porque não somos portugueses”, disse o líder, destacando que os trabalhadores da AIMA “estão muito cansados”.

Esses funcionários “estão trabalhando aos sábados, domingos e horas extras” e “não sabemos se estão recebendo pagamento extra” por esse trabalho adicional.

Apesar disso, “há muitas pessoas esperando para serem vistas”, mesmo para coisas pequenas.

Na segunda-feira, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores do Serviço Público e Social (FNSTFPS) anunciou uma greve contra as horas extras na AIMA, devido à falta de recursos humanos.

Os trabalhadores da AIMA estão “sendo pressionados a fazer horas extras” e “um funcionário público não pode se recusar a fazer trabalho extra”, frisou o dirigente sindical. É por isso que o período de pré-aviso de greve é entre 22 de agosto e 31 de dezembro, explicou.

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