No dia 17 de junho, a empresa responsável pelos correios, referiu em comunicado que, tendo procedido ao levantamento dos colaboradores aderentes à greve, apuraram uma taxa efetiva de adesão de 17,6%, “sem impacto expressivo na atividade da empresa”.

Garantem ainda que “todo o trabalho foi assegurado” entre dia 16 e 17 de junho. “Não tendo esta paralisação tido impacto”, para além de uma “perturbação restrita” nos centros de distribuição. Além disso, de 570 lojas dos CTT, apenas uma esteve encerrada.

Por sua vez, a empresa espera que os clientes não venham a sentir qualquer efeito da greve. Acrescentaram ainda que se for necessário, os funcionários dos CTT irão proceder a uma distribuição extraordinária durante o fim de semana nas áreas mais afetadas pela greve.

“Os CTT estão a fazer tudo para minimizar eventuais impactos, tendo trabalhado ontem, quinta-feira, feriado, e também, da mesma forma, amanhã, sábado, por forma a manter a sua operação dentro da normalidade”, sublinham.

Sindicato tem opinião divergente

No entanto, o secretário-geral do Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviços (SINDETELCO), José Arsénio, disse à Lusa que “esta é uma das maiores greves de sempre”.

Quanto aos 17,6% de adesão registados pelos CTT, José Arsénio escusou-se a comentar, notando que estes são sempre inferiores aos do sindicato. Por outro lado, lamentou que os CTT tenham “posto trabalhadores a distribuir” na quinta-feira.

“Se a greve não tem impacto porque é que meteram pessoas a distribuir ontem [quinta-feira] e também no sábado, pagando extras?”, questionou. “Os postos não fecham. Chegam a colocar lá um chefe, o que levanta problemas de segurança, só para ficarem abertos”, criticam.

O sindicato reiterou que a empresa não quer dialogar, tendo imposto “um ato de gestão”, referindo-se ao aumento de 7,50 euros avançado pelos CTT. Para o sindicato esta subida está não corresponde às expetativas e reivindicações dos trabalhadores e da capacidade da empresa.

Questionado sobre a possibilidade de recorrerem a novas formas de luta, José Arsénio, ressalvou que “isso depende da decisão dos trabalhadores”, garantindo que os plenários decorrem quase diariamente.

O aumento de 7,5 euros aplica-se aos trabalhadores com um salário base mensal entre 705,01 euros e 2.853,17 euros a 31 de dezembro de 2021.

Por outro lado, aos trabalhadores abrangidos pela evolução do salário mínimo nacional é garantida uma subida mínima de 7,5 euros face à remuneração base mensal que recebiam a 31 de dezembro do ano passado.