De acordo com o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, investigadores estão a trabalhar no sentido de introduzir flexibilidade, reduzindo as emissões de dióxido de carbono (CO2) e envolvendo proprietários e fornecedores de energia através de um modelo de contratação de desempenho energético focado em edifícios inteligentes.


O investigador Tiago André Soares, do INESC TEC, esclareceu que apesar de Portugal "não ter um mercado evoluído" relativamente aos modelos de contratação de desempenho energético [contratos de energia personalizados tendo em conta a avaliação da performance de cada edifício], outros países europeus têm.


"Estes contratos são muito pontuais em Portugal porque as companhias de energia, ao vender este produto, têm de vender individualmente estas análises. Em Portugal não temos muito esta dinâmica, o que mais se pode assimilar a estes contratos são as instalações dos painéis fotovoltaicos, nas quais são feitos estudos e estimativas de poupanças dos clientes. Os países nórdicos têm este mercado muito mais evoluído", observou.


"Os edifícios atuais já têm equipamentos onde é permitido fazer o deslocamento de carga [não consumir em determinadas horas para o fazer posteriormente] ou mesmo reduzir o consumo de energia de determinada carga consoante as necessidades do edifício. A nossa proposta é incluir este tipo de medidas para aumentar o benefício económico, reduzir os custos de energia, bem como tornar o edifício mais eficiente e inteligente", disse o investigador.


As medidas podem ser as "tradicionais" de eficiência energética, como o isolamento ou mudança de janelas, mas também podem passar pela introdução de energias renováveis, como painéis solares ou através da adequação dos consumos de energia à necessidade.


O conceito de Contratação Ativa de Desempenho Energético em Edifícios (AEPC) desenvolvido no projeto aplica-se a diferente edifícios, tais como residenciais, instituições de ensino, escritórios e empresas, podendo ainda servir de base para as comunidades energéticas locais.


Liderado pela VITO/EnergyVille, o projeto AmBIENCe contou com oito parceiros: BPIE e Energinvest (Bélgica), ENEA (Itália), IK4 (Espanha), INESC TEC e EDP CNET (Portugal).