Dia de Reis
O Dia de Reis é celebrado a 6 de janeiro e celebra-se uma tradição que já vem do século VIII, onde os católicos veneram os Reis Magos Melchior, Gaspar e Baltazar. De acordo com os textos bíblicos e as histórias que passam de geração em geração, os três Reis Magos ofereceram a Jesus ouro, incenso e mirra. Cada um dos presentes tem um significado, e algumas dessas prendas, permaneceram presentes na tradição católica, como o caso do ouro nos edifícios e artefactos da igreja e o incenso, utilizado em várias celebrações.
Normalmente, a 6 de janeiro, as pessoas vão cantar as “janeiras”, que são canções populares com a temática do Natal, por norma ligado à tradição cristã. As janeiras são cantadas de porta em porta e como forma de agradecimento, os habitantes da casa deixam os cantores entrar e oferecem vinho, doces, entre outras iguarias.
É no Dia dos Reis que os portugueses cessam as celebrações de Natal. É nesse dia que se apagam as luzes de Natal nas ruas, assim como as árvores de Natal são desmontadas, enquanto se almeja entrar no novo ano com toda a sorte do mundo.
Bolo Rei
O Bolo Rei é provavelmente a iguaria de Natal mais consumida pelos portugueses durante a época de Natal, consumido especialmente no Dia de Reis.
Apesar de ser uma iguaria bastante portuguesa, a sua história remonta para os festejos romanos. A Igreja Católica, mais tarde, aproveitou a tradição e converteu-a para o cristianismo, relacionando-o com o Natal.
Em Portugal, o Bolo Rei popularizou-se no século XIX, com base numa receita francesa de um bolo em formato de coroa. No entanto, com o fim da monarquia a nomenclatura do bolo esteve em risco, pois os republicanos queriam eliminar tudo o que poderia estar relacionado com a monarquia. Durante uns tempos, as confeitarias adotaram outros nomes para o bolo, como por exemplo Bolo Nacional, Bolo de Natal, ou até Ex-Bolo-Rei. Ainda assim, os governantes republicanos estavam descontentes com as alterações e criaram denominações como Bolo Presidente e Bolo Arriaga, em homenagem ao primeiro presidente da república portuguesa.
Nomenclaturas à parte, o Bolo Rei manteve o seu nome de origem, no entanto, já no final do século XX foram feitas algumas alterações. Durante muito tempo, o Bolo Rei trazia um pequeno brinde e uma fava. O brinde daria alegria a quem o recebesse e a fava iria ditar quem teria de oferecer o Bolo Rei no ano seguinte. No entanto, em 1999, a lei portuguesa ditou que não seria permitido colocar brindes no Bolo Rei, pois poderia constituir num perigo para a saúde, devido à possibilidade de asfixia, ou de doenças gástricas.
O Bolo Rei não é nada mais que um bolo, confecionado com uma massa leve, decorado com fruta cristalizada e açúcar em pó. O bolo até tem uma validade longa e se começar a ficar seco, os portugueses costumam cortar umas fatias e torrar no forno, para comer com manteiga, a qualquer hora do dia.
Existe ainda a variante de Bolo Rainha, com a mesma receita, porém decorado com frutos secos.
Deeply in love with music and with a guilty pleasure in criminal cases, Bruno G. Santos decided to study Journalism and Communication, hoping to combine both passions into writing. The journalist is also a passionate traveller who likes to write about other cultures and discover the various hidden gems from Portugal and the world. Press card: 8463.