“A construção do IC31 é fundamental para alavancar aqui o crescimento e a atratividade do nosso território. O IC31 irá servir não só os nossos concelhos [Beira Baixa], mas também toda a região Centro, e encurtar significativamente a distância a Lisboa. Até para o desenvolvimento do país é uma ligação fundamental, nomeadamente na ligação às duas capitais da Península Ibérica”, defendeu o presidente do município de Vila Velha de Ródão Luís, Pereira.
Os dois autarcas socialistas participam hoje na conferência "Desafios da Mobilidade nos Territórios de Baixa Densidade" organizada pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, na Covilhã.
A iniciativa pretende chamar a atenção para os desafios existentes no Interior do país em matéria de transportes e mobilidade, e dar voz aos autarcas, sociedade civil e especialistas na área do ordenamento do território e da mobilidade e dos transportes.
Luís Pereira realçou que o IC8, com a conclusão do IC31, irá ganhar uma importância redobrada.
“Já hoje é uma estrada que, do ponto de vista dos acidentes, tem uma sinistralidade elevada. Os empresários que estão em Vila Velha de Ródão dão-nos nota das dificuldades que têm no IC8. Trata-se de uma via fundamental que nunca foi concluída. Para lá de Ansião está por concluir. Entendemos que é fundamental concluir o IC8 e que também seja requalificado para garantir uma acessibilidade de maior qualidade”, sustentou.
Este responsável disse ainda que em relação ao seu concelho existem também algumas preocupações, como a ligação do IP2 à A23, no Fratel.
“É uma questão que já foi reportada e que tem a ver com a segurança rodoviária. Depois temos a Estrada Nacional 241 que devido ao elevado tráfego de viaturas pesadas também se está a degradar e é necessário prever investimento antes que a estrada entre num processo em que seja mais difícil a sua requalificação”, disse.
O autarca de Vila Velha de Ródão salientou ainda que a construção do IC31 só faz sentido em perfil de autoestrada.
“Outro perfil será estarmos a cometer os erros dos anos 80. Basta olharmos para aquilo que é o IC8”, concluiu.
Já o presidente da Câmara de Castelo Branco realçou a questão da A23 e o pagamento das portagens, uma situação que “penaliza fortemente os investidores e a população local nas suas deslocações e dos empresários, como o transporte de mercadorias”.
“Este é um aspeto importante a salvaguardar e dar cumprimento a uma ambição antiga da população desta região”, defendeu.
Leopoldo Rodrigues defendeu também a melhoria da ligação da A23 ao litoral, uma ligação que terá de ser feita através do IC8.
“É uma estrada [IC8] importante de ligação ao litoral que tem alguns problemas estruturais, que põem em risco ou pelo menos não a tornam tão segura como seria desejável para a circulação de pessoas e de mercadorias. Se se concretizar a construção do IC31 em perfil de autoestrada ainda se afigura mais necessária e importante a melhoria de circulação no IC8”, sustentou.
O autarca de Castelo Branco abordou também a questão da ferrovia.
Disse que apesar das melhorias significativas que têm sido realizadas, como a eletrificação da linha da Beira Baixa, “há condições para melhorar aquilo que é o serviço de comboios, com comboios mais confortáveis e mais céleres”.
Outro assunto abordado por Leopoldo Rodrigues diz respeito à localização do novo aeroporto.
O autarca que já assumiu publicamente a sua preferência por Santarém, voltou a reforçar essa ideia: “Do nosso ponto de vista faz todo o sentido que fique localizado em Santarém e acreditamos que a ser escolhida essa localização isso muito valorizaria todo este território mais próximo de Espanha e a ligação a Espanha”.
Para o presidente do município, falar de mobilidade no Interior só faz sentido se esta for abordada de uma forma regional.
“A mobilidade completa-se e as necessidades não são apenas de um concelho, mas de uma região”, concluiu.