O documento, apresentado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), adianta que há “uma redução de 56% no número de novos casos de infeção por VIH e de 74% em novos casos de SIDA entre 2013 e 2022”.

“Os números refletem que a maioria (75,5%) dos novos casos se registou em homens (três casos por cada caso em mulheres) e a mediana das idades à data do diagnóstico foi de 37 anos”, pode ler-se num comunicado sobre a evolução da infeção em Portugal.

A taxa de diagnóstico mais elevada situa-se no grupo dos 20-39 anos, com 54,5% dos novos casos de infeção por VIH, de acordo com o relatório, que é apresentado na semana em que se assinala o Dia Mundial da SIDA.

A Área Metropolitana de Lisboa (AML), seguida de região do Algarve, apresenta a maior taxa de novos diagnósticos.

O documento assinala que, embora a transmissão heterossexual seja a mais frequente (47,7%), os casos em homens que têm sexo com homens (HSH) corresponderam à maioria dos novos diagnósticos em homens (61,8%).

“Foram comunicados 151 óbitos em 2022 em pessoas que viviam com VIH, sendo que na maioria (51,7%) destes casos o diagnóstico da infeção tinha ocorrido há mais de 15 anos. A idade mediana ao óbito foi de 60 anos”, sublinha.

O relatório refere ainda que, em 2022, foram registados “aumentos expressivos tanto no número de testes para VIH efetuados no país - cerca de 70 mil através de testes rápidos e mais de 370 mil em testes laboratoriais com prescrição do Serviço Nacional de Saúde - como no número de pessoas que usaram Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), com aproximadamente 4.500 pessoas a receberem-na pelo menos uma vez no ano, 2.161 das quais pela primeira vez na vida”.

Segundo o Índice do Estigma das Pessoas que Vivem com VIH, o estigma e a discriminação associados à infeção por VIH persistem, com quatro em cada dez pessoas a referirem terem sido alvo de algum tipo de discriminação social e 15% a reportarem já ter sofrido alguma situação de violação dos seus direitos.