De acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a cobertura vacinal contra o HPV com as doses recomendadas até aos 15 anos atingiu 91% em Portugal no ano passado, sendo o país comunitário com maior percentagem de vacinação e acima da média da UE, que é de 64%.
"Em 2023, em média, 64% das raparigas na UE terão recebido todas as doses recomendadas da vacina contra o HPV até aos 15 anos de idade, variando entre 91% em Portugal e 7% na Bulgária", refere o documento.
O estudo revela ainda que, nesse ano, 88% das crianças da UE receberam duas doses da vacina contra o sarampo e apenas a Hungria e Portugal atingiram a cobertura recomendada de 95% para a proteção da população contra surtos da doença.
Relativamente à hepatite B, a OCDE alerta para o facto de a maioria dos países não ter atingido a cobertura recomendada de 95% com três doses da vacina, mas Portugal fez parte do grupo de países que até ultrapassou esta meta.
A nível europeu, o relatório "Health at a Glance" refere que, em 2021, quase um quarto das mortes (1,26 milhões) na União Europeia (UE) foram consideradas evitáveis, das quais 860 mil através de prevenção primária eficaz e outras medidas de saúde pública.
Em 2021, as quatro principais causas de mortalidade evitável - Covid-19, cancro do pulmão, doença cardíaca isquémica e mortes relacionadas com o álcool - representavam mais de metade (56%) de todas as mortes evitáveis na UE.
Outras causas importantes de mortalidade evitável foram o acidente vascular cerebral, a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e o suicídio.
Globalmente, em 2021, quase 5,3 milhões de pessoas morreram nos países da UE, mais 100 000 mortes do que em 2020 e mais de 600 000 do que em 2019, principalmente devido à pandemia de COVID-19.
Apesar de um recuo temporário durante a pandemia, a esperança de vida à nascença na UE aumentou mais de quatro anos desde 2000, para atingir 81,5 anos em 2023, e a esperança de vida quando as pessoas atingem os 65 anos nunca foi tão elevada, ultrapassando agora os 20 anos, destaca ainda o relatório.
O estudo refere ainda que, nos 19 países da UE com dados disponíveis, mais de metade dos inquiridos manifestou confiança na capacidade dos seus governos para proteger a população em caso de emergência sanitária em grande escala, enquanto 31% acreditam que não seriam capazes de o fazer .
De acordo com a OCDE, a confiança do público na capacidade de gestão de crises das instituições governamentais foi mais elevada na Finlândia (82%), nos Países Baixos (68%) e na Dinamarca (66%), mas Portugal está entre os países onde esta confiança é mais baixa (33%).
"Estas grandes diferenças nos níveis de confiança podem ser atribuídas a uma série de factores, incluindo o desempenho histórico na gestão de crises, a força dos sistemas de segurança social, a satisfação com os principais serviços públicos, a avaliação dos recursos de um país e a predisposição cultural para confiar nas instituições em geral", explica a OCDE.