"A Central Termoeléctrica do Pego vai iniciar um processo de desmantelamento das torres [de refrigeração] e de todas essas estruturas, e sabemos que, durante o processo de desmantelamento, muitas infraestruturas vão desaparecer para criar condições para que surjam outros projectos industriais e económicos, mas sabemos que a linha férrea vai permanecer", disse à Lusa o presidente da Câmara de Abrantes.
Manuel Jorge Valamatos (PS) falava à margem da reunião do executivo, onde informou, a pedido do vereador do PSD, que a central do Pego "já iniciou o processo de licenciamento para o desmantelamento das torres e das infra-estruturas", que se encontra atualmente numa "fase de revisão e consolidação", e que o ramal ferroviário não está incluído no plano de desmantelamento.
"Vamos deixar de ter estas torres, mas o que é desejável é que tenhamos projectos para aquela zona num futuro próximo. E é isso que iremos anunciar oportunamente, porque os processos de licenciamento estão a decorrer", declarou.
O autarca sublinhou que a central manterá a sua componente de ciclo combinado a gás, acrescentando que o processo de desmantelamento da central a carvão "será moroso" e "terá impacto na economia local", apontando para um novo futuro industrial.
"Trata-se de uma infraestrutura importante no Pego, uma nova zona industrial que estamos a trabalhar e a consolidar, tanto do ponto de vista administrativo como técnico. O ramal ferroviário representa uma mais-valia que terá uma importância significativa no futuro para as novas unidades industriais e económicas que irão funcionar", declarou.
"Queremos acreditar que ali vão surgir projectos muito relevantes, que vão criar muitos postos de trabalho e gerar dinâmicas económicas significativas, quer para o Pego, quer para o nosso concelho, quer para a região, quer até para o país. Este ramal terá vida própria e será uma atividade significativa. Pelo menos, é esse o entendimento dos acionistas e daqueles que se propõem investir ali", sustentou.
Em 2022, no âmbito do encerramento da central a carvão, foi adjudicado à Endesa um projeto de energias renováveis no Pego, atualmente em fase de implementação, com um investimento de cerca de 600 milhões de euros.
Este projeto integra soluções solares, eólicas e de produção de hidrogénio verde, utilizando 224 MW dos cerca de 600 MW disponíveis no local.