Hoje é o dia da VI Greve Feminista Internacional, convocada pela Rede 08 de Março, que também organiza marchas em Aveiro, Barcelos, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Guimarães, Leiria, Lisboa, Porto e Viseu, sob o lema “Feministas unidas contra toda opressão”.

Como nos anos anteriores, a organização espera que “dezenas de milhares de pessoas” saiam às ruas para chamar a atenção para “desigualdades trabalhistas, precariedade, falta de apoio à parentalidade, condições de moradia frágeis, pobreza e a alocação desigual de papéis de gênero”, diz a Rede 08 de Março, em comunicado.

“Protestamos contra a violência doméstica, a violência sexual, a violência obstétrica, o assédio em espaços públicos e privados no local de trabalho, o sistema de justiça sexista, a transfobia, o tráfico de meninas e mulheres, a negação dos direitos sexuais e reprodutivos, o racismo e a xenofobia, entre muitas outras formas de violência de gênero baseadas na estrutura básica de nossa sociedade”, acrescentam.

Eles também destacam que o contexto atual é de inflação e escalada da violência contra as mulheres, razão pela qual acreditam que é necessário ir às ruas para exigir a expansão da rede de abrigos, mais habitação social e mais apoio às mulheres e crianças vítimas de violência doméstica, bem como o fim das penas suspensas e da “impunidade” para o agressor.

O coletivo pede “penalidades efetivas para agressores de qualquer tipo de violência”, a existência de escritórios para apoiar a denúncia de casos de assédio em universidades e locais de trabalho e a salvaguarda de penalidades para empresas que “permitam assédio moral e sexual”.

Eles querem “uma política de conscientização pública sobre o assédio”, o fim do trabalho precário, salários iguais para trabalho igual, “o fim dos ataques aos direitos dos pais e o reforço do apoio social para famílias monoparentais e mães desempregadas”.

Entre muitas outras demandas, a Rede 08 de Março pede o reconhecimento do valor social do trabalho doméstico e do cuidado, mais treinamento sobre a inclusão de pessoas LGBTQI+ como profissionais de saúde, acesso universal e efetivo à interrupção voluntária da gravidez ou o fim de toda violência obstétrica.

Também quer “a correção de currículos preconceituosos, particularmente preconceitos colonialistas”, o direito à autodeterminação de órgãos para todas as pessoas, a educação sexual inclusiva nas escolas, o fim das políticas racistas e colonizadoras ou a “autodeterminação de órgãos com diversidade funcional”.

“A Greve Feminista Internacional, organizada em Portugal pela Rede 8M, tem como objetivo fazer do Dia Internacional da Mulher um dia de luta política, focado nas demandas mais importantes das mulheres e na sua plena emancipação”, diz o coletivo.

A Greve Feminista Internacional tem quatro eixos — consumo, trabalho, cuidado e estudante — e “surge do processo de articulação com outros movimentos feministas em países como Espanha, Itália e Alemanha”.

A Rede 8 de Março é uma plataforma nacional que reúne coletivos, sindicatos e indivíduos que se mobilizam para a construção da Greve Feminista Internacional, no dia 8 de março, e outras datas relacionadas às questões femininas, como o 25 de novembro.