“O Ministério está avaliando o processo do novo hospital no Ocidente e todos os documentos processuais que lhe foram transmitidos pelo governo anterior”, disse a autoridade em resposta à agência Lusa.

O Ministério da Saúde assegurou que “o Governo vê este projeto como muito relevante para toda a região e lhe dará toda a prioridade que merece”.

Na semana passada, todos os grupos parlamentares reivindicaram a urgência da construção do novo hospital na região e questionaram o governo se deveria ou não manter as decisões anteriores, com o PAN, BE e PS indo mais longe ao defender que não deve recuar e que deve dar seguimento ao que já foi feito.

Nesta sessão, os projetos de resolução do PAN e do BE recomendando que o Governo mantenha decisões anteriores e avance com um plano de reestruturação dos hospitais atuais foram geralmente aprovados e enviados à comissão de saúde para serem avaliados na especialidade.

Outro projeto de resolução do PCP que pedia a construção do novo hospital também foi aprovado.

O Parlamento também considerou duas petições, uma defendendo a localização em Caldas da Rainha e outra exigindo que a validade do processo em andamento seja reconhecida.

A construção do novo hospital no Oeste é um dos equipamentos em fase de projeto no setor da saúde que aparece no 'Transition Brief' entregue pelo governo liderado por António Costa ao atual primeiro-ministro, Luís Montenegro.

De acordo com o documento, ao qual a Lusa teve acesso, o perfil e a localização da assistência foram aprovados em junho de 2023, “com o modelo de financiamento em estudo”, que foi entregue à consultora PricewaterhouseCoopers (PWC) em fevereiro deste ano.

O perfil assistencial aponta para um hospital com 467 leitos, dos quais 381 são para internação geral, 74 consultórios ambulatoriais, 17 estações de diálise crônica, um hospital-dia polivalente e especialidades de pediatria, oncologia e saúde mental.

Está prevista uma sala de cirurgia com 10 salas, quatro das quais dedicadas a clínicas ambulatoriais e três para emergências e maternidade, com nove salas de parto e neonatologia com nove berços e seis incubadoras.

O novo hospital terá 16 especialidades médicas, três das quais não existem nos hospitais atuais da Unidade Local de Saúde Ocidental (ULS) - endocrinologia, nefrologia e reumatologia.

No que diz respeito às especialidades cirúrgicas, mantém as seis existentes.

As quatro especialidades de Diagnóstico e Terapêutica existentes devem aumentar para cinco, com a inclusão da Anatomia Patológica.

O documento também sugere a criação de um centro tecnológico e biomédico para apoiar o atendimento ambulatorial e hospitalar, com laboratórios de Patologia Clínica, Anatomia Patológica, Imunohemoterapia e Imagem.

De acordo com o documento, o novo hospital deverá abranger a área de influência de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval, Lourinhã, e parte de Mafra, excluindo as freguesias dos municípios de Alcobaça e Mafra, atualmente servidos, e o município de Nazaré.

O documento serviu de base para a decisão de construir o futuro hospital em Bombarral, em um terreno de 54 hectares, considerando sua centralidade em relação aos municípios que atenderá e o tamanho do terreno que permite a expansão da nova unidade, se esse for o caso no futuro.

A escolha do Bombarral foi baseada em critérios de acessibilidade, como sua proximidade com a saída 11 da Rodovia 8 (que atravessa todo o Oeste) e a estação ferroviária.

O novo hospital deve substituir as atuais unidades de Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche da Unidade Local de Saúde do Oeste, que atendem 300.000 habitantes dos municípios de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e parte dos municípios de Alcobaça e Mafra.