“Com este projeto, o homem é quase o centro da conservação da natureza, porque até agora a natureza estava focada em animais, plantas e ecossistemas, mas o elemento humano está em toda parte”, disse João Neves, biólogo e coordenador do centro.

O centro pretende ser um elo entre profissionais de conservação, pesquisadores e formuladores de políticas “na abordagem da mudança do comportamento humano e no desenvolvimento de políticas para a conservação da biodiversidade em todo o mundo”, disse ele.

“O comportamento humano, que é sempre negligenciado, está na raiz do declínio das espécies”, destacou o responsável.

O diretor de Ciência e Conservação do Zoomarine disse que o projeto “foca no ecossistema e nos animais e se concentra nas pessoas, como eixo central para a conservação da natureza e do futuro do planeta”.

A iniciativa foi o resultado de uma parceria entre o Parque de Recuperação de Animais Aquáticos e Marinhos do Algarve e a Comissão de Sobrevivência de Espécies da International União pela Conservação da Natureza.

“Em última análise, estamos tentando encontrar maneiras de chegar a um consenso no qual as atividades humanas possam ser combinadas com a presença da biodiversidade no mundo”, observou.

João Neves disse que a atividade humana “se torna mais relevante”, particularmente com o que diz serem “as novas diretrizes políticas vindas do outro lado do Atlântico”.

É, acrescenta, que “sem o equilíbrio de que falamos há tantos anos, não é possível sobrevivermos, continuarmos explorando a natureza sem muito controle”, segundo o responsável,

o Centro de Sobrevivência de Espécies, que também pretende colaborar com comunidades pesqueiras, entidades governamentais e não governamentais, “na identificação de soluções práticas de intervenção comportamental

para a conservação marinha”.

“Ao entender e influenciar o comportamento humano, pretendemos encontrar soluções que possam ser adaptadas em todo o mundo”, concluiu.