Atualização sobre incêndios em Portugal: Mais de 3.200 bombeiros combatem grandes incêndios


O comandante nacional da Proteção Civil, Mário Silvestre, indicou no relatório da situação de incêndio em Portugal continental que até às 12h30 de hoje, foram registrados 28 incidentes, 22 dos quais iniciados à noite, ou seja, entre meia-noite e 8h.

“Neste momento, em todo o país, temos nove incidentes que

são de maior preocupação,” ele indicou, listando: Trancoso (Serra da Estrela), Vila Boa (Sátão), Piódão (Arganil), Candal (Lousã), Pêra do Moço (Guarda), Poiares (Freixo de Espada à Cinta), Aldeia de Santo António (Sabugal), Sortelha (Sabugal) e Vilarinho (Tarouca). De acordo com o Comando Regional Central, os incêndios de Sátão e Trancoso se fundiram no terreno, mas a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) continua

a reportar os dados separadamente.

De acordo com Mário Silvestre, “há 28 incidentes nas fases de resolução, conclusão e vigilância, que atualmente envolvem 703 pessoas, 216 veículos e 12 aeronaves”.

Nesta atualização de situação, realizada na sede da ANEPC em Carnaxide (Oeiras, distrito de Lisboa), Mário Silvestre também instou o público a ter cautela ao estacionar veículos em zonas de incêndio, pois isso poderia atrapalhar a movimentação dos bombeiros.

Quando questionado sobre relatos de problemas com o Sistema Integrado de Rede de Emergência e Segurança (SIRESP) de Portugal, o comandante observou que houve “alguns relatos de falhas isoladas de comunicação”, mas enfatizou que “até hoje, não há relatos de anomalias na rede SIRESP”.

Uma das situações mais complicadas no combate aos incêndios é o incêndio que assola desde sexta-feira no município do Sabugal, no distrito da Guarda, que tem uma frente de aproximadamente 10 quilómetros.

O incêndio que assola há cinco dias em Arganil mantém uma frente ativa na área entre as cidades de Porto Castanheiro e Relvas, e os esforços estão em andamento para contê-lo, disse hoje o prefeito.

Enquanto isso, os incêndios de Sátão e Trancoso estão quase estabilizados, mas com uma frente em Vila Nova de Foz Côa, e a baixa visibilidade está impedindo que as aeronaves operem lá.

Este incêndio teve origem em dois incêndios — Sátão (distrito de Viseu) e Trancoso (distrito da Guarda) — e na sexta-feira tornou-se um único incêndio, espalhando-se por 11 municípios de ambos os distritos.

Portugal continental tem sido afetado por vários incêndios rurais desde julho, especialmente nas regiões Norte e Centro, em meio a altas temperaturas que levaram à declaração do estado de alerta, em vigor até domingo.

Os incêndios causaram uma morte e vários ferimentos, a maioria deles leves, e destruíram total ou parcialmente a primeira e a segunda casas, bem como fazendas, gado e áreas florestais.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual duas aeronaves Fire Boss devem chegar na segunda-feira para reforçar os esforços de combate a incêndios.

De acordo com dados oficiais provisórios, até 16 de agosto, 139.000 hectares haviam sido queimados no país, 17 vezes mais do que no mesmo período de 2024. Quase metade dessa área foi consumida em apenas dois dias nesta semana.