“É preciso encontrar alojamentos disponíveis imediatamente. É óbvio que é necessário construir residências, mas os alunos que hoje estão no ensino superior, os alunos que hoje têm que ter uma resposta não podem esperar por 2025, por uma residência que chega quando acabarem o seu curso”, alegou.

À saída de uma reunião com a Associação Académica de Coimbra, que visou abordar a falta de alojamento estudantil no atual ano letivo, Mariana Mortágua realçou que “situações emergenciais requerem respostas de emergência”.

“É preciso agora, em outubro, uma resposta para os alunos que não têm alojamento e, por isso, o Bloco de Esquerda apresenta um projeto [de lei] de emergência para que, no imediato, o Estado disponibilize edifícios públicos que já podem acolher jovens”, informou.

Outra das soluções que apontou para resolver o problema do alojamento estudantil, caso os edifícios públicos não sejam em número suficiente, é a requisição de prédios que estão afetos ao turismo.

“Se a requisição de prédios públicos não for suficiente, então é necessário recuperar uma proposta que foi posta em prática na altura da pandemia, que tem a ver com a requisição de prédios que estão, neste momento, afetos ao turismo. Quer à luz o alojamento local, quer hotéis, nomeadamente grandes superfícies e poder alocar uma parte dessa disponibilidade a alojamentos estudantis, que o governo paga pelo preço protocolado e disponibiliza esses quartos a um preço acessível”, evidenciou.

No seu entender, esta é uma resposta de emergência para “solucionar o problema emergencial” de conseguir “quarto e casa para milhares de estudantes do ensino superior, que estão à beira de desistir da faculdade ou que estão a viver em situações indignas para poderem aceder à universidade”.

Segundo Mariana Mortágua, o número de quartos disponíveis para estudantes universitários reduziu 68% de 2021 até ao momento atual.

“Isso quer dizer também que os preços dos poucos quartos que há disponíveis aumentaram muitíssimo. E estamos a falar, em média, de 300 ou 400 euros, sendo incomportável para uma família hoje pôr um filho ou uma filha a estudar na universidade”, concluiu.