As vítimas mais recentes são três bombeiros da corporação de Vila Nova de Oliveirinha, em Tábua, que morreram quando se deslocavam para um incêndio naquele concelho do distrito de Coimbra.

A primeira morte registada nos incêndios dos últimos dias foi a de um bombeiro que adoeceu subitamente enquanto combatia as chamas em Oliveira de Azeméis, distrito de Aveiro, no domingo.

Na segunda-feira, as autoridades anunciaram mais duas mortes no distrito de Aveiro, uma de uma pessoa encontrada queimada e outra por ataque cardíaco.

Entretanto, uma idosa cuja casa estava numa zona de incêndio em Almeidinha, Mangualde, morreu durante a noite devido a doença súbita, segundo fonte do Comando Sub-Regional de Viseu Dão Lafões.

Entre as vítimas, duas ficaram feridas com gravidade.

Os distritos mais afectados pelos incêndios, às 13:30, continuavam a ser Aveiro, onde as chamas continuam a lavrar com intensidade nos concelhos de Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga e Águeda; Coimbra, com especial incidência no concelho de Tábua; e Viseu, com maiores focos em Nelas e Castro Daire.

O comando nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil ficou com a coordenação dos quatro grandes incêndios no distrito de Aveiro, que esta manhã tinham um perímetro total de cerca de 100 quilómetros.

No distrito do Porto, um incêndio que deflagrou na segunda-feira no concelho de Gondomar mobilizou 227 bombeiros e 53 viaturas. Preocupantes foram também as ocorrências nos concelhos de Baião, Paredes e Santo Tirso.

Devido a esta situação, foi hoje ativado o Plano de Emergência de Proteção Civil do Distrito do Porto, juntando-se ao de Aveiro, e estão activos 10 planos municipais, conforme anunciado no briefing das 13:00 pelo comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes.

O responsável assinalou ainda o encerramento de vias de circulação, destacando as Auto-estradas 1 (A1) em Aveiro Sul e Estarreja, a A13 em Coimbra, o Itinerário Complementar 2 (IC2) com o nó da A25, a A24 em Castro Daire e Vila Pouca de Aguiar, e o nó da A43 e A41 em Gondomar.

Por outro lado, os serviços de comboios na linha do Vouga foram retomados hoje entre Espinho-Vouga e Paços de Brandão, depois de terem sido suspensos devido aos incêndios, que continuam a impedir a circulação entre Marco de Canaveses e Régua, na Linha do Douro.

O número de habitações e outras estruturas afectadas não foi hoje atualizado a nível nacional, mas na noite de segunda-feira havia mais de 20 casas afectadas, além de outras estruturas, e hoje vários concelhos deram conta de novos imóveis destruídos.

Até às 13h30, 3.339 operacionais, 1.040 veículos e 24 aeronaves estiveram envolvidos nas 24 ocorrências mais significativas.

A Proteção Civil registou 105 ocorrências entre as 00:00 e as 12:30 de hoje, a maioria durante o período noturno (57), para além das 277 ocorrências de segunda-feira.

Entretanto, as autoridades já detiveram três pessoas, um homem e duas mulheres, suspeitas de atearem incêndios nos concelhos de Pombal e Alvaiázere, no distrito de Leiria, e em Condeixa-a-Nova, no distrito de Coimbra, desde a semana passada.

O Governo prolongou o estado de alerta devido ao risco de incêndios até quinta-feira, tendo em conta as previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para fazer face às consequências dos incêndios dos últimos dias, coordenada pelo Ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que teve hoje a sua primeira reunião em Aveiro.

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