O diretor-geral dos SMAS, Leandro Sousa, disse à agência Lusa que os "custos relacionados com a estrutura do Laboratório de Controlo de Qualidade são na ordem dos 762 mil euros por ano e incluem custos de manutenção do edifício, equipamentos, consumíveis, material e pessoal".

Segundo o responsável, este é um "compromisso claro com a qualidade da água e a saúde pública exigida num laboratório acreditado".

Localizado em São Romão, no concelho de Leiria, o Laboratório de Controlo de Qualidade é uma entidade autónoma dos SMAS, o seu principal cliente.

Existem 400 pontos de recolha de amostras de água, captadas e distribuídas, ao longo dos 1.840 quilómetros de rede no concelho de Leiria.

"É a maior rede em termos de extensão, a seguir a Sintra", revelou Leandro Sousa.

Diariamente são efectuados testes a vários pesticidas, ao pH da água, à microbiologia dos materiais e a uma lista definida de microorganismos.

Todos os anos, três mil contentores entram nos vários equipamentos de última geração do laboratório, onde 11 técnicos de laboratório colaboram na análise de milhares de parâmetros por ano, só em água para consumo humano.

"Os incumprimentos rondam os 0,2%", garantiu Leandro Sousa, que salientou que o "trabalho preventivo e invisível em termos de limpeza das albufeiras", realizado a montante, vai refletir-se nos bons resultados da água.

Todos os anos é definido um plano operacional que a equipa segue à risca: "Todos os anos são definidos novos parâmetros e metodologias. Por exemplo, os níveis de pesticidas variam de ano para ano. A água que chega às torneiras é um produto altamente verificado e altamente fiável".

A monitorização 24 horas por dia permite detetar qualquer anomalia, como aconteceu há cerca de 20 anos, quando uma zona da cidade de Leiria ficou sem abastecimento de água por estar contaminada por azoto amoniacal.

O laboratório inclui vários espaços. Na área da microbiologia, é evidente que tudo é lavável, desinfectado e há um excelente controlo da temperatura, humidade e pressão. As amostras que chegam à sala são processadas com metodologias diferentes consoante o que vai ser analisado.

Existem estufas de incubação e refrigeração, entre outros materiais, em duplicado, para garantir que tudo corre bem, em caso de avaria, explicou António Martins, técnico responsável pela microbiologia, que adiantou que o laboratório está também equipado com câmaras de segurança biológica e culturas de teste, onde é introduzido um positivo para verificar e testar se o equipamento tem capacidade de o ler.

No laboratório de físico-química, são analisados vários compostos "como nitratos, nitritos, pH e toda a química tradicional", disse à Lusa Glória Pedrosa, responsável técnica de Físico-Química.

A curto prazo, Leandro Sousa revelou ainda que está previsto um investimento de 400 mil euros para a reabilitação do sistema de aquecimento, ventilação e ar condicionado e cerca de um milhão de euros para a instalação de painéis fotovoltaicos, "uma vez que o custo da energia é significativo".