“Não tenho nenhum otimismo em relação ao aeroporto de Lisboa. Eu não tenho otimismo por vários motivos. Em primeiro lugar, vamos ver o que o Estudo de Impacto Ambiental vai mostrar, que terá de ser refeito”, disse aos jornalistas em

Esposende.

Para o prefeito do Porto, a localização proposta para o aeroporto (Campo de Tiro de Alcochete) “tem tantos problemas quanto o Montijo”, nomeadamente ser “um dos maiores aquíferos da Europa” e “o problema das aves ou da migração entre os estuários do Tejo e do Sado”, bem como a existência de “dezenas de milhares de sobreiros”.

“Na minha opinião, a localização está errada, porque está a uma distância excessivamente longa da capital, e depois porque é um aeroporto que se espera que experimente algo como uma triplicação do tráfego”, algo que ele duvida, “sem colocar em dúvida a competência da comissão independente” que considerou Alcochete a melhor localização.

Questionando “de onde vêm tantas pessoas”, Rui Moreira disse não poder “imaginar como Lisboa e a Península de Setúbal terão a capacidade de ter três vezes mais pessoas”, considerando que isso não é “razoável”.

“Sei que há muita gente que acha que os portuenses não devem opinar sobre as coisas em Lisboa, mas este é um projeto nacional”, razão pela qual baseou a sua opinião em estudos encomendados quando era presidente da Associação Comercial do Porto (ACP).

O prefeito do Porto disse ainda que há “outro problema” com o novo aeroporto, que é “ter uma companhia aérea que acredita” em um grande hub internacional.

“Não sei o que vai acontecer com a TAP. Não sei se a TAP terá a musculatura, seja qual for o futuro da TAP, para justificar um 'hub'”, considerou.

Artigo relacionado: