“Sendo uma indústria que representa 20% do produto interno [bruto], sendo uma indústria que é transversal e a que mais cresce, do meu ponto de vista é um desserviço a ser prestado ao país se não combatermos esses mitos urbanos”, disse Pedro Machado.
O governante falava na sétima e última sessão do ciclo de conferências “Estratégia de Turismo 2035: construindo o turismo do futuro”, como parte do processo de construção da Estratégia de Turismo 2035, que sucede à Estratégia de Turismo 2027.
Esta referência estratégica para o turismo em Portugal e os números recordes de dormidas nos últimos anos “têm de ser uma oportunidade para quebrarmos alguns mitos urbanos” ligados ao setor, sustentou o secretário de Estado, que abordou especificamente três temas.
O primeiro mito urbano, disse ele, “é que há muito turismo”. “Faz parte de uma certa elite do caviar dizer que há muito turismo em Portugal, porque é desconfortável em alguns lugares. Não, não há muito turismo e precisamos continuar crescendo”, disse.
O segundo mito urbano, continuou, “é associar o turismo a baixas qualificações e baixos salários”, ou “a pessoas que não sabem fazer outra coisa”.
A secretária estadual do Turismo lembrou que, atualmente, mais de 54% [das pessoas] que trabalham no setor do turismo têm qualificações de ensino médio ou superior e que, enquanto a economia do país cresceu nos últimos seis anos entre 2% e 2,3%, “os salários médios cresceram acima de 5%”.
O terceiro mito urbano, indicou o governante, “é o da ameaça de migrantes chegarem a Portugal em um país que não tem a capacidade objetiva de responder a esse crescimento com seus próprios trabalhadores”.
“Portugal não tem portugueses suficientes que possam servir a indústria do turismo hoje”, destacou Pedro Machado.
O secretário de Estado sustentou que é preciso “acabar com esse mito de que os estrangeiros que chegam a Portugal vêm colocar em risco os empregos dos portugueses aqui”.
Pedro Machado também se expressou “satisfeito e orgulhoso” com os 19 prémios atribuídos a Portugal na 31ª edição dos World Travel Awards, os chamados “Óscares” do turismo, numa cerimónia realizada no domingo, no Funchal.
“Portugal está em um momento francamente positivo. Esse momento positivo resulta da excelência de suas empresas, de seus empreendedores e, tenho certeza, do reconhecimento internacional do serviço que prestamos”.