"É de facto invulgar que uma operação demore tanto tempo", afirmou Nuno Cunha Rodrigues na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas e Habitação.
Nuno Cunha Rodrigues, que tomou posse em março de 2023, acrescentou que este atraso não é motivado pela AdC, "mas sim pelo facto de as partes envolvidas na operação de concentração terem vindo a apresentar" sucessivos pacotes de compromissos face às preocupações apresentadas pela Autoridade da Concorrência em abril de 2023.
De acordo com o presidente da AdC, entre este mês e dezembro do ano passado, a Vodafone "não apresentou qualquer pacote de compromissos". Desde o final de 2023 até abril, a Vodafone apresentou quatro pacotes de compromissos.
A Vodafone assinou, em setembro de 2022, um acordo para comprar o quarto operador em Portugal, a Nowo, à Llorca JVCO Limited, dona da Masmovil Ibercom.
A 25 de março de 2024, o ECO noticiou pela primeira vez que o projeto de decisão da AdC rejeitava a compra da Nowo pela Vodafone.
"A AdC confirma que emitiu um projeto de decisão que se opõe à operação. O adquirente, apesar de ter apresentado vários pacotes de compromissos, não conseguiu demonstrar que esta aquisição não teria um impacto negativo na concorrência", confirmou, na altura, fonte oficial do regulador da concorrência.
Se a decisão se tornar efectiva, a Vodafone tem ainda um mecanismo legal, o recurso ao ministro da Economia, para tentar forçar o negócio - que só foi utilizado uma vez na história, com sucesso. Em última instância, pode recorrer aos tribunais.
Em fevereiro, o presidente da Nowo, Miguel Venâncio, admitiu ao ECO que "o fecho" da operadora está em cima da mesa se não for adquirida pela Vodafone.