Em reunião privada do executivo municipal, as três propostas foram aprovadas com o voto de qualidade do presidente da Câmara em exercício, função desempenhada pelo vice-presidente, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), após um empate entre votos a favor e votos contra.

Fonte da autarquia disse à Lusa que houve sete votos contra, nomeadamente três dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), dois do PCP, um do BE e um do Livre, sete votos a favor da liderança PSD/CDS-PP (que governa sem maioria absoluta) e três abstenções do PS.

O projeto a realizar no antigo Convento de Nossa Senhora da Graça foi apresentado pela empresa AZIRIVER - Empreendimentos Turísticos, no âmbito do projeto "REVIVE, Reabilitação, Património e Turismo", como concessionária do imóvel, visando o licenciamento de obras de ampliação com demolição, para a construção de um hotel.

Com uma área útil de 18.922,17 metros quadrados (m²), a proposta destina-se "a uso turístico, com uma capacidade máxima de 262 camas/utentes fixos, distribuídos por 131 unidades de alojamento, nomeadamente 95 quartos duplos e 36 suites, incluindo um parque de estacionamento com 173 lugares privativos (...) e 22 lugares de estacionamento público, com acesso pela Rua Damasceno Monteiro".

De acordo com a proposta subscrita pela Vereadora do Urbanismo, Joana Almeida (independente eleita pela coligação "Novos Tempos" PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), o edifício do antigo Convento de Nossa Senhora da Graça tem quatro pisos acima da cota de soleira e três pisos em cave (para estacionamento, áreas técnicas e áreas de serviço do hotel e SPA).

Na freguesia de Arroios, um dos dois hotéis a construir situa-se no Campo dos Mártires da Pátria no. 40-43 e Rua de Santo António dos Capuchos no. 90-92, da Patriarq Investment, Unipessoal, como proprietária do edifício, em que "o projeto abrange um Imóvel de Interesse Público", mas assegura os princípios de "preservação e salvaguarda do património cultural, histórico e arquitetónico, propondo a recuperação dos elementos decorativos originais do edifício, bem como procurando assegurar a compatibilidade dos materiais a utilizar com os sistemas construtivos tradicionais existentes". "O edifício, com uma área útil de 6.404,97 m2, destina-se a uso turístico, sendo que os pisos em cave, embora contemplem os serviços de apoio ao hotel e áreas técnicas, destinam-se maioritariamente a estacionamento, com a criação de 12 lugares de estacionamento privativo", lê-se na proposta, que consiste na ampliação de um conjunto edificado para adaptação ao novo uso, que se distribuirá por cinco pisos acima da cota de soleira, acrescido do aproveitamento da cobertura do sótão, e dois pisos abaixo da cota de soleira.

O outro hotel previsto para Arroios situar-se-á na Rua Joaquim Bonifácio no. 23-35, virando para a Rua Gomes Freire no. 154-172, um projeto apresentado pela empresa proprietária 4 Travellers, que prevê a "demolição de dois edifícios pré-existentes, destinados a uso residencial, terciário e turístico, e a sua substituição por um novo edifício de gaveto destinado a uso turístico".

O edifício proposto será construído em seis pisos acima da cota de soleira e cinco pisos abaixo da cota de soleira, com uma área útil de 3.717,15 m², com "92 unidades de alojamento (87 quartos duplos e cinco quartos triplos)".

De acordo com a proposta, os pisos abaixo da cota de soleira serão utilizados para estacionamento privativo (28 lugares), estacionamento para bicicletas (10 lugares), áreas técnicas, áreas de serviço do hotel, um compartimento para a eliminação de resíduos sólidos e um ginásio.

O executivo da Câmara Municipal de Lisboa, composto por 17 elementos, inclui sete eleitos da coligação "Novos Tempos" (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) - os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta -, três do PS, três dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), dois do PCP, um do Livre e um do BE.