"O problema da habitação em Portugal, infelizmente, hoje não é só um problema das famílias pobres, o problema da habitação é um problema da classe média, dos filhos da classe média, e é por isso que não só temos de promover a construção privada e cooperativa, como o Estado tem de assumir a sua responsabilidade de construir para a classe média, como acontece em muitos países europeus", defendeu.
"O Governo, no que respeita à construção pública, está apenas focado na construção de habitação para a população carenciada. Não há atualmente um discurso nem um compromisso de construção para a classe média e, para nós, é fundamental que a política pública de habitação responda às dificuldades da classe média", defendeu.
Pedro Nuno Santos afirmou que os políticos internacionais e nacionais falam da necessidade de aumentar a despesa com a defesa, mas "a habitação é um dos maiores problemas" e é necessário "aumentar a despesa nacional com a habitação".
De acordo com o líder socialista, só será possível "ter o apoio da população e da classe média para os programas de construção pública se eles não forem excluídos desse programa de construção pública".
"É preciso criar condições para que o sector privado possa construir mais, construir mais para a classe média, que é onde realmente temos dificuldades, mas o Estado também tem de aumentar a sua construção, não só para as famílias mais carenciadas, mas para as populações de rendimento médio, para a classe média", defendeu.
Segundo o antigo ministro da tutela, é preciso "escalar muito" neste tipo de construção e passar de "20 mil por ano para números próximos dos 40 mil, 50 mil por ano", um número que já existiu no passado e ao qual é preciso regressar.
"Isto implica apoiar o sector privado da construção, mas também a construção pública", defendeu.