Um número significativo destes pedidos é de estrangeiros que pretendem beneficiar da medida do Governo, destinada a jovens entre os 18 e os 35 anos, que lhes permite pedir 100% do financiamento bancário para a compra, revelouo 'Público'.

A medida não inclui qualquer restrição à nacionalidade dos jovens candidatos, bastando-lhes ter residência fiscal em Portugal, bem como cumprir os restantes requisitos do diploma. De acordo com o jornal, os jovens brasileiros e dos PALOP são os que têm apresentado o maior número de pedidos de adesão à medida, seguidos dos norte-americanos.

Embora não existam dados exactos, no caso do Novo Banco, cerca de 10% das candidaturas já aprovadas ao abrigo desta medida são de cidadãos estrangeiros, dos quais 90% são jovens brasileiros, seguidos dos americanos. O BPI e o Bankinter têm pedidos semelhantes, mas em menor escala. "O número não é muito significativo", indicou o BPI, sublinhando que são "de várias nacionalidades, sendo a maioria brasileiros". O Bankinter referiu-se a um "peso residual", o que sugere que não houve nenhuma nacionalidade relevante que mereça destaque".

No caso das agências imobiliárias, nomeadamente a Era, "três em cada quatro lojas já receberam pedidos de jovens estrangeiros interessados em utilizar os actuais benefícios para a compra de casa, nomeadamente a garantia pública", salientou Rui Torgal, presidente da Era Portugal.

"Desde o início do ano, temos tido 10 solicitações por mês, com algumas lojas a registarem mais de 50 pedidos mensais de informação ou viabilidade", indicou, destacando que "a maioria é feita por brasileiros (62,5%)", havendo também muitas solicitações de cidadãos dos PALOP (19,2%) - sobretudo Angola e Cabo Verde - e, em menor número, jovens franceses, italianos, venezuelanos e ucranianos".