"Hoje será um dia com aguaceiros e trovoadas com maior impacto no centro e sul. Esta situação deve-se à passagem da depressão Laurence, que vai entrar a sul de Portugal continental durante a tarde de hoje e, por isso, vamos ter esta situação de instabilidade com aguaceiros fortes acompanhados de granizo no centro e sul", disse à Lusa o meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera(IPMA).
Segundo Pedro Sousa, o tempo deverá melhorar na terça-feira, prevendo-se ainda alguns aguaceiros, mas não muito significativos.
"A partir de quarta-feira, aproxima-se uma nova depressão, que se desloca do Atlântico para a costa de Portugal continental, que trará um novo agravamento do estado do tempo e deverá manter-se durante alguns dias", disse.
Devido ao mau tempo, os distritos de Évora, Faro, Setúbal, Santarém, Lisboa, Leiria, Beja, Castelo Branco, Coimbra e Portalegre vão estar sob aviso amarelo entre as 12 e as 18 horas de hoje devido à chuva por vezes forte, que pode ser acompanhada de trovoada, e ocasionalmente de granizo.
O IPMA emitiu ainda um aviso amarelo para o distrito de Faro devido a vento forte entre as 12h00 de hoje e as 24h00 de terça-feira.
Faro, Setúbal e Beja continuam sob aviso laranja e Lisboa e Leiria estão sob aviso amarelo devido à forte agitação marítima
O meteorologista Pedro Sousa disse ainda à Lusa que, tal como o continente, também o arquipélago da Madeira está a ser hoje afetado, sobretudo por vento forte, devido à depressão Laurence.
A costa norte da ilha da Madeira e o Porto Santo estão sob aviso vermelho até às 15:00 de hoje, o mais grave, devido à forte agitação marítima, com previsão de ondas de noroeste com 7 a 8,5 metros, que poderão atingir uma altura máxima de 16 metros.
O arquipélago da Madeira está também sob aviso laranja devido ao vento forte até às 15:00 de hoje.
"Na terça-feira, o tempo na Madeira vai melhorar, mas, tal como no continente, também vai voltar a ser afetado por outra depressão que vem na quarta-feira e que vai trazer vento e chuva forte", disse.
O meteorologista explicou à Lusa que "não é propriamente normal" haver tantas depressões com esta frequência e persistência no mês de março.
"Não é uma situação que aconteça todos os anos, sobretudo no mês de março, mas também não podemos dizer que é anormal, que nunca aconteceu. Acontece de poucos em poucos anos e pode ocorrer noutras alturas que não o outono, o inverno ou a primavera", disse.
Quando questionado sobre as razões para a ocorrência e persistência da depressão, Pedro Sousa disse não haver nada de muito específico que a possa explicar.
"Tem a ver com o posicionamento das peças do puzzle atmosférico, uso a metáfora. O anticiclone está numa posição um pouco invulgar e com alguma persistência e por isso acaba por abrir caminho a estas depressões atlânticas numa posição mais a sul do que o normal e como disse está a persistir um pouco mais do que é normal nesta altura do ano", disse.