"As pessoas identificadas até ao momento eram exclusivamente turistas", disse à Lusa o presidente do ICNF, Manuel Filipe, sublinhando que a infração é punível, no âmbito de um processo contraordenacional, com coimas entre 250 e 500 euros para particulares e entre 2.500 e 10.000 para empresas.

O responsável explicou que as coimas estão previstas no decreto legislativo regional 24/2022/M e são aplicadas a quem for encontrado a caminhar em trilhos que estejam temporária ou definitivamente encerrados.

Manuel Filipe indicou que estão encerrados os trilhos Pico do Areeiro-Pico Ruivo, Achada do Teixeira-Pico Ruivo, Pico Ruivo-Encumeada, bem como Encumeada-Jardim da Serra e um trilho no Paul da Serra.

"Por razões de segurança, a circulação está interdita", alertou, referindo que a vigilância da Polícia Florestal nestas zonas foi reforçada.

O presidente do ICNF não adiantou uma data para a reabertura destes trilhos, que costumam ter muita procura, mas adiantou que o instituto está a trabalhar para abrir parcialmente o trilho do Pico do Areeiro e o trilho entre a Achada do Teixeira e o abrigo do Pico Ruivo.

O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou a 14 de agosto nas serras do concelho da Ribeira Brava, alastrando gradualmente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana. Na segunda-feira, após 13 dias, o Serviço Regional de Proteção Civil indicou que o incêndio tinha sido "completamente extinto".

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais indicam que arderam mais de 5.104 hectares de área.

Durante os dias em que o fogo lavrou, as autoridades aconselharam cerca de 200 pessoas a abandonar as suas casas por precaução e disponibilizaram abrigos públicos, mas muitos habitantes regressaram a casa.

O combate às chamas foi dificultado pelo vento e pelas altas temperaturas, mas, segundo o Governo Regional, não há registo de feridos nem de destruição de habitações ou de infra-estruturas públicas essenciais, embora tenham sido afectadas algumas pequenas produções agrícolas, para além de áreas florestais.

A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas Miguel Albuquerque disse tratar-se de fogo posto.