"Aprovámos a convocação de uma ação de rua para o dia 25 de outubro em frente à Assembleia da República para exigir a reposição da manifestação de interesse", disse à Lusa Flora Silva, da Associação Olho Vivo (Associação de Defesa do Património, Ambiente e Direitos Humanos).
Em causa estão as recentes alterações à lei de estrangeiros, em vigor desde 4 de junho, que eliminaram dois artigos (88.º e 89.º) que permitiam aos imigrantes avançar com um processo de autorização de residência e legalização, a chamada "manifestação de interesse".
"A reposição destes dois artigos é essencial para a economia, para as empresas e para os imigrantes. O país precisa deles e, neste momento, eles não têm forma de vir regularizar a sua situação", afirmou o representante.
Para além da ação de rua, a reunião realizada na Fundação José Saramago, em Lisboa, resultou na aprovação de uma moção de solidariedade para com os trabalhadores da Agência para a Integração, Migração e Asilo(AIMA), que têm estado em greve e a fazer horas extraordinárias.
Ao mesmo tempo, foi aprovado o lançamento de uma petição para que o assunto seja discutido na Assembleia da República. "Será lançada esta semana", afirmou Flora Silva.
O movimento, que representa cerca de 57 associações e colectividades, agendou uma nova reunião para o dia 15 de setembro. O encontro acontece dias depois de uma reunião com deputados do PCP, marcada para 2 de setembro, e do Partido Socialista, a 9 de setembro. Flora Silva disse ainda à Lusa que o movimento está à espera de reunir com os outros partidos, bem como com o primeiro-ministro.
Em meados de julho, as associações de imigrantes reuniram-se com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que, segundo os representantes, prometeu lutar e "pressionar" para que volte a ser possível aos imigrantes recorrerem à manifestação de interesse.