"Estas [do grupo] estão todas fechadas como previsto. Este é também um dos concelhos com maior carência de trabalhadores. Mas há mais e muitos por todo o país (...). Os trabalhadores [não docentes] estão tristes porque vêem algumas carreiras a serem valorizadas, nomeadamente na educação, mas não vêem nada", disse Orlando Gonçalves, do STFPSN.
Em declarações à Lusa, sem especificar pormenores e remetendo para o ponto de situação que a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais(FNSTFPS) vai disponibilizar a meio da manhã, o dirigente sindical indicou que também estão encerradas as escolas António Nobre e Filipa de Vilhena, no Porto, e a Escola Secundária de Canelas, em Vila Nova de Gaia.
"Estamos neste momento a aprovar e a negociar o Orçamento do Estado para 2025. Era fundamental termos reunido antes desta data, até porque se havia medidas que o Governo queria tomar, elas deveriam ter sido incluídas no orçamento", disse.
Orlando Gonçalves lamentou o facto de ter sido marcada uma reunião entre o Governo e os sindicatos para 28 de agosto, que, disse, "foi cancelada pelo ministro que não remarcou a data" e apontou o dedo à "desvalorização injusta" desta classe profissional.
"O pessoal não docente é essencial para o funcionamento das escolas e para o bem-estar dos alunos", afirmou.
Depois de uma concentração em Rio Tinto, no concelho de Gondomar, dezenas de funcionários não docentes do Norte viajaram de autocarro para Lisboa, onde vão participar numa manifestação marcada para as 14:30 na Basílica da Estrela, iniciativa seguida de uma marcha até ao edifício do Ministério da Educação, Ciência e Inovação, situado junto à Avenida 24 de julho.
Os funcionários não docentes exigem a criação de carreiras especiais, aumentos salariais e melhores condições de trabalho.
Na quarta-feira, Artur Sequeira, líder da FNSTFPS, antecipou uma greve muito participada, que levará ao encerramento da maioria das escolas, ficando apenas uma minoria aberta, que não poderá garantir a segurança dos alunos.
A FNSTFPS pede também uma revisão da portaria dos rácios para aumentar o número de trabalhadores, argumentando que é necessário conceber uma portaria que "não se baseie em princípios económicos mas em números reais para que as escolas públicas possam ser de qualidade".
O fim da precariedade e uma inversão no processo de municipalização são lutas dos trabalhadores, que lembram que "neste momento, as escolas públicas são vistas por 297 municípios, onde cada um vê a escola à sua maneira", para além do facto de as escolas estarem dependentes do orçamento das autarquias: "Aqueles que têm muito dinheiro podem fazer algumas coisas, mas há outras que não podem", alertou.