A greve está marcada para o final do ano e "vai atrasar processos" porque as horas extraordinárias estão "efetivamente a recair sobre o 'back office' e não tanto sobre o 'front office'", porque o "front office tem horários de funcionamento" para os clientes que não incluem horas extraordinárias, disse à Lusa o dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais(FNSTFPS), Artur Cerqueira.

"Este pré-aviso de greve permite que os trabalhadores, enquanto grupo, não façam mais do que as 150 horas extraordinárias obrigatórias" para o serviço público, até ao final do ano, explicou, salientando que esta convocatória é uma forma de responder à excessiva carga horária imposta aos funcionários da AIMA.

"Esta greve vai durar até ao final do ano", sempre "com a expetativa de que possa ser desconvocada, se a AIMA tomar as medidas necessárias para criar o mapa de pessoal com um novo número de trabalhadores suficiente" para responder aos pedidos pendentes e à procura de imigrantes.

A lista de reivindicações da FNSTFPS que sustenta o aviso refere vários problemas na AIMA, entre os quais a falta de regulamentos internos, a falta de comunicação interna, "equipas subdimensionadas, o que resulta numa sobrecarga de trabalho e em elevados níveis de stress e ansiedade".

De acordo com o documento, a que a Lusa teve acesso, muitos dos funcionários "já ultrapassaram as 150 horas de trabalho extraordinário" em 2024 (o limite legal para os funcionários públicos), mas "continuam a fazer horas extraordinárias sem serem pagas".

"A situação a que chegámos é o resultado de um conjunto de políticas erradas de vários governos", mas "o importante e urgente é que o Governo assuma as suas responsabilidades e que todas as medidas sejam tomadas, com carácter de urgência", pondo "fim ao atropelo dos direitos dos trabalhadores e dos cidadãos", refere ainda o sindicato.

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