Michael O'Leary, CEO do Grupo Ryanair, disse em conferência de imprensa em Lisboa: “Os custos em Ponta Delgada cresceram 9%, por que eu teria que reabrir a base se tenho outros aeroportos na Europa com custos mais baixos?”

Michael O'Leary revelou ainda que, durante os quatro anos em que a Ryanair operou em Ponta Delgada, a companhia aérea perdeu dinheiro, já que, durante o inverno, a demanda pelos voos da companhia aérea caiu drasticamente.

“Eu perco dinheiro em Ponta Delgada se eu abrir uma base por apenas sete meses por ano. Eu já perdi muito dinheiro, por que eu gostaria de reabrir a base? Parece que o aeroporto de Ponta Delgada está cheio, mas não está, está vazio”, acrescentou, considerando que não é viável manter a base aberta apenas no verão, pois a Ryanair teria de contratar pessoal para o verão e demitir funcionários

no inverno.

Crítica

O CEO do Grupo Ryanair também aproveitou a oportunidade para aprofundar suas críticas à ANA — Aeroportos de Portugal, reafirmando que a empresa que gere os aeroportos nacionais só aumenta as taxas porque não tem concorrência, já que, em toda a Europa, existem vários aeroportos cujas taxas têm caído devido à inflação, mas em Portugal

está acontecendo o contrário.

“Esse é o tipo de dano que a ANA causa, o monopólio aeroportuário francês está fazendo o oposto do que outros fizeram, que foi, em tempos de inflação, baixar as taxas, mas a ANA aumenta porque pode, não há concorrência”, afirmou, argumentando que a empresa gestora dos aeroportos nacionais “matou a base da Ryanair” em Ponta Delgada.

Michel O'Leary explicou que a companhia aérea ainda não tomou uma decisão em relação à base no Funchal, que no inverno só tinha um avião baseado lá, apesar de admitir que, tal como em Ponta Delgada, na Madeira a Ryanair pode deixar de operar.

“No Funchal, mantemos um avião, mas ele também pode chegar a zero no final do verão. Ainda não temos certeza. Esse é o tipo de dano que a ANA causa”, já que, no aeroporto madeirense, as taxas subiram 6% este ano

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