“Como associação de empresas, empresários e gestores, temos a obrigação de alavancar também algumas atividades económicas que são tão importantes quanto as que estão atualmente na mídia permanentemente, como a culinária”, disse à Lusa o presidente da Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Similares (AHRESP), Carlos Moura, justificando a criação da plataforma que visa reunir “o máximo de conhecimento em torno do chocolate”.

O objetivo da plataforma é promover a interação, a troca de informações e a cooperação entre municípios, empresas e profissionais engajados na promoção e valorização do chocolate e da fabricação de chocolate.

“Queremos ter a história do chocolate, a ciência do chocolate, como o chocolate é usado hoje, como é feito hoje, como o sal é adicionado, muitos outros ingredientes são adicionados”, ao contrário do que aconteceu no passado, afirmou Carlos Moura, destacando que foi “todo um mundo de transformação e inovação” que levou a associação a querer “ter uma história que, a qualquer momento, possa ser contada sobre o chocolate”.

A Plataforma Nacional do Chocolate é a segunda a ser registada no país, com a Plataforma do Pão (em Mafra) já formalizada, e a Plataforma da Pastelaria (em Évora), Plataforma do Vinho (na Régua) e Plataforma do Marisco (nos Açores) em preparação.

As plataformas têm “duas grandes finalidades e objetivos”: “promover atividades econômicas menos divulgadas”, como doces e chocolate e, por outro mão, “valorizar profissionais” que, no caso do chocolate, são “verdadeiros artesãos e uma herança humana”, disse Carlos

Moura.

A Plataforma Nacional do Chocolate terá sede em Óbidos, no distrito de Leiria, onde o Festival Internacional do Chocolate é realizado anualmente, e terá “um gestor dedicado”, que desenvolverá atividades e promoverá a expansão para outros municípios e entidades interessadas.

O prefeito de Óbidos, Filipe Daniel, explicou que a escolha do município para sediar a plataforma pressupõe, este ano, “um investimento do município de 50 mil euros e, em 2026, pressupõe um investimento de 25 mil euros para dar continuidade” ao projeto.

O objetivo é, com novos membros, tornar “a plataforma autossustentável do ponto de vista financeiro”, através do desenvolvimento de atividades que também contribuam para “criar oportunidades para uma indústria de chocolate”, acrescentou.

De acordo com Filipe Daniel, a criação da plataforma já gerou “manifestações de interesse no Brasil, com várias entidades querendo entender exatamente o que é essa plataforma e como elas podem ser parceiras, porque são fornecedoras de cacau”.

De acordo com o protocolo assinado hoje em Óbidos, a plataforma está aberta a membros públicos e privados, nomeadamente agricultores, distribuidores, prestadores de serviços, comerciantes, especialistas, municípios, associações, estabelecimentos de ensino e pesquisa, entre outros órgãos “importantes no reconhecimento e promoção do chocolate e chocolate”.