De acordo com António Pombeiro, secretário-geral-adjunto da Administração Interna, que falou aos jornalistas no dia 20 de junho, no Porto, "em princípio, se o piloto correr bem, estamos preparados para, a partir de 2025, começarmos a utilizar" o sistema no atendimento de chamadas.


Por enquanto, estamos perante "uma tecnologia muito recente", havendo a "necessidade de fazer muitos testes", admitindo que para já se caminha "muito no desconhecido", pelo que o funcionamento do projeto-piloto será crucial.


"Em determinadas situações temos períodos de espera motivados por congestionamento de chamadas, isto quando há incidentes ou eventos que envolvam muita publicidade, muita gente a visualizar o que está a acontecer, toda a gente tem a iniciativa de ligar para o 112", contextualizou o António Pombeiro, dando o exemplo de incêndios urbanos.


Como os recursos estão "dimensionados para situações normais", gerando tempos de espera para atendimentos das chamadas que "podem chegar aos cinco ou seis minutos", a ideia é "criar um primeiro interface que atende a chamada, avalia que tipo de problema é que se está a tratar e que tipo de reporte" é necessário, mas com "uma resposta em linguagem natural".


Segundo o secretário-geral Adjunto da Administração Interna, "o próprio chamador não vai perceber que está a falar com um sistema, com uma máquina, com um robô", que vai "utilizar a nova tecnologia do ChatGPT", que ainda vai passar por um período de testes com chamadas simuladas.


"O segundo interveniente tem de ser sempre um humano. O sistema nunca leva a chamada até ao final", assegurou António Pombeiro, esclarecendo que o sistema vai funcionar "só em alturas de maior congestionamento".


Questionado sobre se a ideia é substituir pessoas, o secretário-geral Adjunto da Administração Interna rejeitou, dizendo que passa por "reforçar os meios operacionais", já que é sempre necessário ter um humano na retaguarda.


Quanto às chamadas falsas (para enganar ou para outros fins que não emergências), que disse rondarem os 60%, "um número bastante elevado" que não afeta o atendimento, o responsável disse que essa situação "já carece de uma aprendizagem diferente", mas "é também um objetivo" do novo projeto.