De acordo com o ECO, foi aprovado um pacote de medidas para promover o crescimento, a competitividade, a internacionalização, a inovação e a sustentabilidade.

Foi assim que o Governo descreveu o Programa Acelerar a Economia, aprovado na quinta-feira pelo Conselho de Ministros, que consiste em 60 medidas em áreas como tributação, investimento, turismo e meio ambiente.

De Oliveira de Azém, uma escolha que Luís Montenegro admitiu não ser indiferente, devido à interação entre academia e inovação e à industrialização que torna o município “altamente produtivo”, o primeiro-ministro garantiu que o objetivo principal do governo é facilitar a vida das empresas para que elas possam criar mais riqueza e, consequentemente, pagar melhores salários.

Ao lado do Ministro da Economia, Pedro Reis, e do Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, um dia depois de ter defendido que a tributação deveria ser a pedra angular da política econômica, o líder do Executivo afirmou que queria “acelerar o crescimento econômico como pré-requisito” para “um país mais próspero e, através dessa prosperidade, mais justo”.

Redução do IRS

O documento contém várias medidas estabelecidas no Programa do Governo, como a redução do IRC de 21% para 15% até 2027. Sem introduzir novas medidas em relação ao prometido anteriormente, o Governo está avançando, com uma redução da taxa para 19% em 2025. Essa tem sido uma das principais preocupações do Executivo, que considera que o custo da perda de receita de 500 milhões de euros por ano será compensado por efeitos indiretos na economia

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Pedro Reis afirmou que o programa visa responder a quatro desafios da economia: “Escala, consolidação, capitalização e financiamento; inovação, empreendedorismo e talento; sustentabilidade; densificação setorial e reindustrialização”, acreditando que “conseguindo isso” é possível alcançar “os objetivos da economia nos próximos anos”.

As medidas mais emblemáticas para ganhar escala, consolidar e promover a capitalização incluem a revisão do regime de dedutibilidade fiscal do goodwill, a expansão do acesso ao regime de isenção de participação e a dedução fiscal para ganhos de capital e dividendos obtidos por pessoas físicas na capitalização de empresas.

Ao mesmo tempo, o valor de elegibilidade para o regime de IVA em dinheiro quadruplicará de 500 mil euros para dois milhões de euros, para reduzir a pressão sobre a tesouraria das empresas e será criado o conceito de grupos de IVA, permitindo que “grupos econômicos, de acordo com seu conceito para fins de IRC, tenham uma única declaração desse imposto.

Finanças

Em termos de financiamento, o Executivo anunciou o lançamento do plano “Estado a pagar em 30 dias”, a extensão da isenção do imposto de selo às operações de gestão centralizada de tesouraria e o lançamento das “Títulos Turísticos 2024", uma medida recuperada dos tempos de Pedro Siza Vieira como ministro da Economia, que chegou a apresentar pedidos de empresas, mas cuja emissão de dívida nunca se concretizou.

Como parte das principais medidas para promover o empreendedorismo e a inovação, os benefícios fiscais para investir em P&D estão mudando novamente, com os fundos do Sifide agora tendo cinco anos, em vez de três, para fazer investimentos nessa área.

Uma das principais novidades é a regulamentação do Incentivo Fiscal à Pesquisa Científica, Inovação e Capital Humano (IFICI1+), com o objetivo de expandir o universo de incentivos fiscais para pesquisa científica e inovação para um grupo maior de profissionais e empresas qualificados.

A questão em questão é a regra introduzida pelo anterior Governo no Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) para pessoal qualificado, como professores do ensino superior e da investigação científica, após a eliminação do Regime de Residentes Não Habituais. Para operacionalizar o novo regime, o Executivo regulará o regime através de uma portaria, anunciou Miranda Sarmento

durante a conferência de imprensa.

Montenegro argumentou que o pacote de medidas se limita a “decisões concretas”, destacando que cinco já foram concluídas na aprovação de cinco instrumentos legislativos — dois sobre IRC, um sobre questões marítimas, um sobre IVA e um sobre indústrias de defesa. Ao lado dele, quando questionado sobre a disposição dos partidos da oposição em aprovar medidas que exijam “luz verde” parlamentar, Miranda Sarmento assegurou que o Executivo falará “com todos os

partidos”.

“Procuraremos aprovar essas medidas junto com todas as partes”, disse ela. No entanto, a disposição da maioria dos partidos com representação parlamentar parece limitada. A líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, considerou o pacote “um conjunto de medidas isoladas, a maioria das quais muito vagas, não programadas e não contabilizadas”, com exceção da proposta de reduzir o IRC para 15% até o final da

legislatura.

“O governo não tem maioria absoluta, diz que quer dialogar, mas somos sistematicamente confrontados com medidas muito caras que já vão sobrecarregar muito o próximo Orçamento do Estado e reduzir muito a possibilidade de negociação”, alertou, citada pela Lusa. O Bloco de Esquerda, o PCP e o partido Livre também criticaram o programa, considerando que ele beneficia principalmente grandes empresas

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Por outro lado, a Iniciativa Liberal elogiou o corte no IRC, à semelhança da posição expressa pelo CDS-PP, um dos partidos que apoia o Governo.

Entre os empregadores, a Confederação Empresarial Portuguesa (CIP) considerou, em comunicado, que o programa “reflete um claro esforço para colocar Portugal no caminho do crescimento sustentado”, destacando também a redução esperada do IRC, enquanto a Confederação do Turismo (CTP) defendeu, em comunicado, que o programa “considera estrategicamente o Turismo, protegendo-o e baseia-se na importância fundamental da economia portuguesa”.