De acordo com o ECO, a empresa acusa o sindicato de avançar com a greve sem primeiro tentar o diálogo.
"Queremos assegurar aos nossos clientes e passageiros que já estão em curso planos de contingência robustos para garantir que eventuais perturbações sejam minimizadas", afirma Rui Gomes, vice-presidente da Menzies Aviation em Portugal.
"Estamos profundamente desapontados com a decisão de alguns dos nossos sindicatos de entrarem imediatamente em greve sem primeiro procurarem falar connosco para encontrar uma solução conjunta e resolver esta questão", acrescentou.
No dia 14 de agosto, a Sttamp emitiu um pré-aviso de greve, que abrange todos os aeroportos nacionais, "a partir das 00:00 horas do dia 31 de agosto de 2024, até às 24:00 horas do dia 1 de setembro de 2024". Esta segunda-feira, alertou para "graves constrangimentos nos aeroportos nacionais, nomeadamente Porto e Lisboa, cujos efeitos são atualmente totalmente imprevisíveis", segundo uma nota divulgada pela Lusa. O sindicato afirmou que não há "até ao momento qualquer desenvolvimento negocial que permita desconvocar a greve".
A empresa de serviços de assistência em escala está a mostrar desconforto com a intenção de renegociar os acordos de empresa recentemente assinados. "Há cerca de três meses, quando a Menzies Aviation adquiriu a Groundforce Portugal, acordámos um plano de recuperação da empresa, com a aceitação de 98% dos nossos credores e da maioria dos trabalhadores. Como parte deste compromisso, todos os sindicatos assinaram o novo Acordo de Empresa, que inclui condições salariais acima do salário mínimo nacional garantido", afirma Rui Gomes. "Infelizmente, alguns sindicatos, que representam apenas uma parte da nossa força de trabalho em Portugal, pretendem agora renegociar as condições acordadas há menos de três meses", acrescenta.
"Para além da alteração significativa dos compromissos estabelecidos no atual Acordo de Empresa, esta situação é altamente perturbadora num período de grande atividade para a aviação em Portugal e poderá atrasar o plano de recuperação que temos implementado", afirma o vice-presidente da Menzies Aviation Portugal.
A Sttamp justifica a convocação da greve na empresa, que assegura voos para companhias como a TAP, com "a existência de salários base inferiores ao salário mínimo nacional", "o recurso sistemático a trabalhadores de empresas de trabalho temporário", "a prestação de trabalho suplementar em desrespeito pelos limites legais em vigor" ou "as sucessivas alterações de horário de trabalho fora do previsto no Acordo de Empresa".
A Menzies Aviation concluiu a aquisição de uma participação de 50,1% na Groundforce Portugal em junho. Os restantes 49,9% pertencem à TAP.