As duas mulheres disseram ao The Portugal News que querem melhorar o espaço, criando a Love Affair Basement (L.A.B), para espalhar o amor e criar um espaço onde todos se possam sentir seguros, felizes e, acima de tudo, amados.


Dina e Olga pedem ainda ajuda para angariar dinheiro para terminar as obras de um projeto que vai dar uma nova vida à Hackney Road, em Londres

The Portugal News (TPN): Quando e como decidiram criar A Portuguese Love Affair?

Olga Cruchinho (OC): A Portuguese Love Affair foi criada há 11 anos, em várias circunstâncias. Tínhamos um negócio em Portugal, depois viemos para Londres com o objetivo de trabalharmos por conta própria, neste caso. Depois, juntámos dinheiro e queríamos voltar para Portugal, mas Londres acabou por nos "engolir" um bocadinho e decidimos abrir um negócio em Londres.

Começou com uma pequena loja na Columbia Road, depois houve uma expansão e agora estamos na terceira fase do negócio, que é uma parte mais lúdica e divertida.

TPN: Quer explicar melhor esta nova fase?

Dina Martins (DN): O novo projeto é também algo em que já andávamos a pensar há algum tempo, mas às vezes não temos energia. E o mundo está um bocado confuso, o que faz com que seja mais difícil acreditar que as coisas podem acontecer.

Apesar disso, apercebemo-nos de que tínhamos um grupo fantástico de pessoas à nossa volta.


Desde artistas a advogados, a pessoas que fazem workshops, a pessoas com algumas competências. Muitas pessoas queer! E com muitos sítios, especialmente aqui em East London, o que nos fez pensar que talvez fosse uma boa oportunidade agora. Uma vez que tínhamos um grupo de pessoas.

Por outras palavras, a nossa ideia é ter o espaço para ter dois momentos. Durante o dia, estamos a pensar num espaço para workshops ou conferências, e talvez alguns almoços de empresa.


E depois, à noite, a nossa ideia é ter um programa muito diversificado. Tentar apoiar o maior número de pessoas possível.

A ideia principal é trazer, por exemplo, uma noite de cinema, uma noite de teatro, stand-up comedy, música ao vivo e até algumas noites de cabaret. Tudo com o objetivo de criar um local comunitário de partilha, conhecimento e apoio às pessoas.

Por exemplo, encontrámos terapeutas que aceitaram fazer sessões de terapia de grupo para crianças transexuais, por exemplo, promovendo a inclusão e a segurança das minorias que precisam de um pouco mais de apoio.

TPN: Ao criar um espaço onde estas pessoas podem estar mais seguras, significa que não há tanta segurança para estas minorias se expressarem livremente nessa área?

OC: Sim, mas no mundo em geral. Estamos num momento em que estávamos um pouco melhor do que estamos agora. No mundo em geral, basta ver o caso dos Estados Unidos, mesmo aqui em Inglaterra e em Portugal também. Um retrocesso que se sente definitivamente em todo o mundo, e ninguém o pode negar.

Aqui, ainda é uma área muito aberta, mas a verdade é que muitos espaços destinados a queers têm vindo a fechar. E alguns outros sítios que conhecemos já não são tão inclusivos, como gostaríamos que fossem. E nós apercebemo-nos disso.

DN: Neste sítio, vamos tentar incluir o maior número possível de pessoas. Não só pessoas queer, mas também pessoas com deficiência, por exemplo. Uma das coisas que queremos fazer é criar uma lista de distâncias, a partir da paragem de autocarro mais próxima, dando às pessoas mais informações sobre acessibilidade.

TPN: Quais são as expectativas para este novo projeto?

DN: O feedback tem sido muito positivo e as pessoas parecem muito entusiasmadas com o projeto. As pessoas querem fazer coisas e várias pessoas já se apresentaram. E penso que estamos confiantes, uma vez que se trata de um projeto novo, mas que faz parte de uma empresa com 11 anos.

TPN: E o crowdfunding que criaram? Há alguma coisa que gostasse de partilhar com os leitores da TPN?

OC: As pessoas podem simplesmente fazer um donativo. Mas há também uma forma que pode agradar a mais pessoas. Só pedimos às pessoas, para quem não quiser doar, que comprem coisas, só para termos o dinheiro para podermos montar tudo.

A maior parte das pessoas quer ter o seu nome na parede. Conhecem-nos, gostam de nós e querem fazer parte do projeto. Por isso, pedem para incluir o seu nome na parede, tal como os patrocinadores. Foi o que mais se vendeu. Apesar de não ser a compra mais barata, as pessoas podem contribuir para o projeto A Portuguese Love Affair.

DN: O que estamos a tentar dizer é que a pessoa que só compra uma cerveja já nos está a ajudar, porque precisamos desse dinheiro agora para poder pagar as obras. Estamos a gastar dinheiro em obras sem ganhar dinheiro, neste momento.

As obras deverão estar concluídas dentro de duas ou três semanas e o crowdfunding estará aberto até 13 de setembro, com a possibilidade de ser prolongado por mais tempo. Nesta altura, Olga e Dina precisam, como se vê no seu crowdfunding, de 60.000 libras para pagar tudo o que precisam de fazer. As pessoas podem ajudar através de https://www.crowdfunder.co.uk/p/crowdfunding-for-love-affair-basement.


Author

Deeply in love with music and with a guilty pleasure in criminal cases, Bruno G. Santos decided to study Journalism and Communication, hoping to combine both passions into writing. The journalist is also a passionate traveller who likes to write about other cultures and discover the various hidden gems from Portugal and the world. Press card: 8463. 

Bruno G. Santos