De abril a junho, o regulador de comunicações registrou cerca de 23.200 reclamações por escrito contra provedores de serviços de comunicações, 9% a menos do que no mesmo período de 2023.

Essa queda foi impulsionada principalmente pela redução de 18% nas reclamações sobre comunicações eletrônicas, para 14.200, enquanto as reclamações sobre serviços postais registraram um novo aumento ano a ano de 10%, para 9.000.

Nas reclamações relativas às comunicações eletrónicas, a NOS foi o fornecedor que registou mais reclamações neste trimestre, tanto em termos absolutos como relativos, com 5.400 reclamações, 11% menos do que no mesmo período do ano passado e 1,9 reclamações por 1.000 clientes. De acordo com a Anacom, a NOS é responsável por 38% das reclamações no setor

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Em seguida está a Vodafone, responsável por 34% das reclamações no setor e a operadora com a maior redução no número de reclamações no trimestre — 23% —, registrando 4.900 reclamações e 1,3 reclamações por 1.000 clientes.

O MEO foi o fornecedor que registrou o menor número de reclamações no setor: 3.500, representando 25% do total e uma queda homóloga de 21%, o que se traduz em 0,7 reclamações por 1.000 clientes.

Considerando os primeiros seis meses do ano como um todo, foram registradas 48.400 reclamações sobre serviços de comunicações, 11% a menos do que no mesmo período do ano anterior. Desse total, 30.000 reclamações foram relacionadas a comunicações eletrônicas (62% do total), 20% a menos que no mesmo período do ano anterior, enquanto os serviços postais foram responsáveis por 18.400 reclamações, 12% a mais que no mesmo período do ano anterior, e representam 38% do total. Na análise semestral, a NOS foi também o fornecedor com maior número de reclamações em termos absolutos e por 1.000 clientes, seguida pela Vodafone e pela MEO, que continua a ser a operadora com menos reclamações. De acordo com o regulador, as falhas no serviço fixo de acesso à internet foram o motivo mais reclamado pelos usuários dos serviços de comunicações eletrônicas, contabilizando 1.760 reclamações (12% do total do setor) no segundo trimestre do ano. Eles também foram o motivo mais frequente no primeiro semestre do ano, com 3.700 reclamações.

Os outros motivos mais reclamados foram o atraso ou a falta de resolução das reclamações, o atraso ou o reparo deficiente dos serviços e as dificuldades em exercer o direito de rescindir contratos livremente.

No setor dos serviços postais, os CTT foram responsáveis por 7.600 (85% do total) das 9.000 reclamações registadas no segundo trimestre deste ano, o que representa um aumento de 9% em relação ao mesmo período de 2023.

A DPD é responsável por 7% das reclamações e é a segunda operadora postal mais reclamada, com 600 reclamações no trimestre, 2% a menos em relação ao ano anterior.

O grupo de outros fornecedores postais com menos reclamações (UPS, General Logistics, CEP II, DHL, VASP Premium, Logista, Ibercourier, TNT, entre outros) representou cerca de 8% das reclamações no setor e viu as reclamações aumentarem em 29% neste período.

A falta de tentativa de entrega ao domicílio foi o motivo mais comum de reclamações sobre serviços postais (17% de todas as reclamações no setor) no segundo trimestre de 2024, sendo os atrasos na entrega do correio padrão nacional e a perda do correio registrado nacional os motivos que mais aumentaram em comparação com o mesmo período de 2023.

Os dados da Anacom indicam ainda que, no primeiro semestre do ano, das 18.400 reclamações registadas sobre serviços postais, os CTT foram alvo de 15.400 ou 84% do total.